Sonho de 30 anos cada vez mais longe. Direitos Humanos afastam Turquia da UE

Daniel Kopatsch / EPA

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan

As negociações da Turquia para a adesão à União Europeia começaram há mais de 32 anos, mas a esperança dos turcos integrarem o espaço europeu é cada vez menor. O Parlamento Europeu votou pela suspensão das negociações com a Turquia, devido a abusos de direitos humanos.

As negociações entre turcos e a União Europeia não são recentes, mas estão mais perto do fim do que nunca. A interrupção foi sugerida pela Comissão dos Assuntos Externos, que convocou a Comissão Europeia e os estados-membro para votarem em relação ao assunto.

A resolução teve 47 votos a favor e sete votos contra. As razões para o rompimento das negociações prendem-se com violações dos direitos humanos e liberdades civis, influência no judiciário e pela disputa de território com o Chipre.

A cooperação entre a UE e a Turquia é crucial em assuntos como a segurança, comércio e migração. No entanto, é sempre necessário ter respeito pelos direitos humanos e pela democracia”, disse a deputada liberal holandesa Marietje Schaake.

O governo turco é que parece não estar a aceitar bem a decisão do Parlamento Europeu. Em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, Hami Aksoy, disse que “é completamente inaceitável que o relatório consultivo apele à suspensão das conversações de adesão à UE”.

Para Hami Aksoy, a Turquia só dará ouvidos caso “as correções necessárias sejam feitas e que o relatório final seja mais realista, imparcial e encorajador”.

As conversações da Turquia para a adesão à União Europeia duram desde 1987 e, desde então, foram feita várias reformas políticas. Apenas em 2005, o país dos Balcãs se tornou elegível para negociações formais. A abolição da pena de morte foi um dos principais fatores de aceleração da proposta.

Contudo, o conflito com o Chipre – a Turquia ainda ocupa o norte do país – coloca uma barreira na sua adesão. O Parlamento Europeu refere a questão cipriota no mais recente relatório, apelando a “esforços para retomar as negociações da reunificação do Chipre”.

Além disso, legisladores suecos acusam a Turquia de crimes de guerra contra a sua comunidade curda, segundo relata o The Independent.

Com toda esta problemática envolta na entrada da Turquia na Europa unificada, o seu presidente Recep Tayyip Erdogan admite, em declarações à BBC, que o seu povo “já não deseja mais a UE”.

ZAP //

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