Sócrates classifica agravamento das medida de coação como “exibição de poder que nada tem a ver com Justiça”

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António Cotrim / Lusa

José Sócrates no final da sessão instrutória sobre a Operação Marquês

O antigo chefe de Governo aponta ainda que, à luz das datas que constam nas informações oficiais, “nunca foi prestado termo de identidade e residência”, uma vez que este chegou ao processo a 14 de junho.

Após o descontentamento mostrado na quinta-feira à entrada do Tribunal Central Criminal de Lisboa para ser ouvido a propósito das viagens não comunicadas ao Brasil, José Sócrates voltou a deixar críticas à Justiça após ver agravadas as medidas de coação no âmbito da decisão instrutória do processo Operação Marquês. O antigo primeiro-ministro passa a ter que se apresentar quinzenalmente nas instalações da GNR da Ericeira, onde tem residência.

Num texto enviado ao Expresso, José Sócrates volta a alegar que a decisão da juíza Margarida Alves é “pura exibição do poder, puro arbítrio“, garantindo que esta nada tem a ver “com Justiça ou com Direito”. O antigo governante acrescenta ainda que “o novo episódio é o perigo de fuga. Mas não será o último. A seguir vêm as nomeações arbitrárias dos juízes”.

“Desta vez como farsa – em 2014 a prisão no aeroporto foi justificada com perigo de fuga, apesar de estar a entrar no Pais, não a sair; oito anos depois, as apresentações perante as autoridades são de novo justificadas com perigo de fuga. O que temos diante dos olhos é a pura exibição do poder, puro arbítrio. Nada a ver com justiça ou com direito, mas com abuso e violência. E ridículo. Oh, sim, profundamente ridículo.”

O antigo chefe de Governo aponta ainda que, à luz das datas que constam nas informações oficiais, “nunca foi prestado termo de identidade e residência“, uma vez que este chegou ao processo a 14 de junho. “Dias depois de ter regressado a Portugal”.

Exigiu ser tratado pelo nome próprio

O interrogatório da última quinta-feira ficou ainda marcado por episódios que deixam em evidência as várias tentativas da defesa de José Sócrates em levantar problemas formais e questionar a forma como o processo estava a decorrer. Segundo avança a revista Visão, um dos momentos teve que ver com o termo usado por Margarida Gomes para se dirigir ao antigo governante. Acontece que a juíza estava a utilizar a expressão “senhor arguido“, a qual não seria do agrado de José Sócrates – que pretendia ser tratado pelo próprio nome.

Como tal, a juíza foi abrigada a emitir um despacho, destacando que tal tratamento não revelava menos consideração ou era até desrespeitoso. Na mesma linha, a defesa também terá solicitado a audição de testemunhas, um pedido que lhe foi negado.

ZAP //

8 Comments

  1. Então agora um arguido qualquer, já faz exigências ao Tribunal? Ou será que Sócrates não é um arguido qualquer? Então a justiça não é igual para todos? Alguém leia a Constituição Portuguesa ao basófia do José Sócrates, se faz favor? Eu não posso neste momento, estou no WC.

  2. Esteja caladinho Sr Zé, porque justiça, o senhor nunca terá. As suas vigarices, aldrabices, roubos, mentiras, irão certamente prescrever antes de algum dia ser julgado. O que o “arguido” queria era ser ele a escolher os juízes (tal como o Dr Ivo, e porque não as sentenças) que lhe agradariam. Mas isso é a Justiça que temos…
    Vá pentear macacos!

  3. Tás tramado Sócrates. Não interessa se és culpado (total ou parcialmente) ou não. É suposto seres odiado! A campanha vai doutrinando a populaça que, quem é sério (e acéfalo), odeia o Sócrates. Já não há volta a dar.

    Só descansam quando estiveres de joelhos e já não tiveres força para te levantares.

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