Uma auditoria à AEPI, a entidade que gere as questões dos direitos de autor dos artistas e o pagamento dos devidos royalties na Grécia, revelou que há dezenas de milhões de euros que nunca chegaram aos artistas… enquanto o presidente da associação mantém um ordenado escandaloso de 52 mil euros por mês.
As dúvidas sobre o funcionamento da AEPI já vêm de trás, e em 2015 foi o próprio Ministério da Cultura grego que ordenou uma autoria – que foi sendo sucessivamente adiada pela recusa da entidade em dar acesso aos dados pedidos, e que só veio a ceder mais de um ano mais tarde, após ter sido multada e obrigada a fazê-lo.
O resultado da autoria não poderia ser pior: irregularidades atrás de irregularidades, um défice de mais de 20 milhões de euros que impede a entidade de continuar a funcionar, a par de um ordenado milionário para o presidente, e também do pagamento de vários milhões de euros ao longo de vários anos para os principais dirigentes.
Quanto aos artistas que a associação deveria representar e cuidar, o tratamento era bem diferente. Segundo o Torrent Freak, no final de 2014 a AEPI já teria acumulado mais de 42 milhões de euros em dívidas aos artistas, mas que nunca chegaram a ser entregues.
Provavelmente com toda a legitimidade, muitos gregos questionam agora nas redes sociais: com entidades destas a proteger os artistas, quem é que serão afinal os verdadeiros “piratas”?