“Parece que tivemos realmente alguma coisa a ver com isso”, afirmou Ksenia Sobchak, considerada a única candidata capaz de destronar Vladimir Putin nas próximas eleições presidenciais de março.
Em entrevista à CNN, Ksenia Sobchak, candidata nas próximas eleições presidenciais russas de março, disse acreditar que “hackers” russos possam ter interferido nas eleições norte-americanas de 2016, e pediu desculpa por isso.
“Parece que tivemos realmente alguma coisa a ver com isso”, afirmou Sobchak, considerando “inaceitável que qualquer país interfira nos assuntos de outro país“.
Segundo o Expresso, a filha de Anatoly Sobchak, ex-presidente da câmara de São Petersburgo e considerado mentor de Putin, é tida como a única candidata capaz de complicar a vida ao atual Presidente nas próximas eleições presidenciais, marcadas para o próximo mês de março.
Ainda assim, há quem não olhe para Sobchak como uma ameaça, mas sim como uma farsa, aprovada pelo Kremlin para dar a ideia de que há de facto uma oposição e, assim, legitimar a eleição previsível de Vladimir Putin.
Também Alexei Navalny já se referiu à candidata como um “jogo repugnante do Kremlin” baseado na escolha de “um candidato liberal para distrair as atenções”.
“Eles têm medo de Alexei Navalny, mas não têm assim tanto medo de uma rapariga loira que apresenta programas de televisão”, afirmou Ksenia Sobchak na entrevista à CNN, acrescentando que “num regime totalitário a única coisa que se pode fazer é deixar os outros acharem que podem subestimar-nos e depois fazer de facto o nosso trabalho”.
Em relação ao pedido de Navalny para que as eleições sejam boicotadas, a candidata russa afirmou que isso não é uma opção, pelo menos para si.
“Navalny queria fazer parte destas eleições. Se ele tivesse sido aceite como candidato isso não iria também legitimar Putin? E será que nessas circunstâncias ele iria manter o pedido de boicote? Claro que não”, afirmou ainda.
“Diria às pessoas para votar nele e provar dessa forma que até podemos nem ganhar, mas que há milhões de pessoas que não querem Putin no governo“, concluiu Sobchak.