Apenas 28,2% dos médicos estrangeiros a exercer em Portugal têm um vínculo contratual com o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Dos 4503 médicos de outros países inscritos na Ordem dos Médicos, só 1270 estavam contratados pelo serviço público no final de 2022.
De acordo com o bastonário Carlos Cortes, um em cada dez médicos que entrou nos últimos cinco anos em Portugal ficou vinculado ao SNS. A falta de atratividade do serviço público é apontada pelo responsável, que pediu melhorias das condições de trabalho, segundo relatou o Jornal de Notícias.
Os dados avançados pelo jornal revelam, contudo, que o número de médicos estrangeiros a trabalhar no SNS tem aumentado de ano para ano. Em 2018 era, 1192, tendo havido um acréscimo de mais de 6,5% nos últimos cinco anos.
No mesmo período, revelaram dados fornecidos ao jornal pelo Ministério da Saúde e pela Ordem dos Médicos, o número de médicos estrangeiros inscritos na nessa entidade aumentou quase 11%.
Carlos Cortes sublinhou que os 4503 médicos estrangeiros inscritos na ordem, num universo de 61.235, representam pouco mais de 7% da totalidade. Destes, somente 28,% estão no SNS.
O responsável considera que a solução para a crise na saúde em Portugal não está na contratação de mais médicos estrangeiros, mas na melhoria das condições de trabalho, de forma a tornar o setor mais atrativo.
A especialidade de medicina geral e familiar é aquela que concentra o maior número de médicos estrangeiros (32,4%), seguindo-se a medicina interna (15%), a cirurgia geral (4,7%), a anestesiologia (4,6%) e a imuno-hemoterapia (3%). Os que trabalham no SNS encontram-se maioritariamente nos cuidados primários.
Os espanhóis continuam a ser a nacionalidade dominante, representando mais de um terço do total dos inscritos na ordem, seguindo-se os brasileiros.