Hotel de luxo em Sintra acolheu reunião secreta de bispos críticos do Papa Francisco

essuera / Pixabay

Palácio da Pena, Sintra

Cerca de 80 bispos católicos, e alguns cardeais, reuniram-se num hotel de luxo em Sintra, num encontro secreto organizado por um Instituto dos EUA que tem ligações a republicanos, e que é crítico do Papa Francisco.

O encontro teve lugar no Penha Longa Resort em Sintra, e contou com a presença de 80 bispos e cardeais católicos de todo o mundo, conforme adianta o jornal digital Sete Margens que cobre questões ligadas à religião.

Esta “reunião secreta” foi organizada e financiada pelo Acton Institute for the Study of Religion and Liberty (Instituto Acton para o Estudo da Religião e a Liberdade) que é “muito crítico das ideias do Papa Francisco, nomeadamente pelas posições que considera serem uma ameaça à “família tradicional”, sustenta a publicação.

elementos do Partido Republicano dos EUA, envolvidos neste Instituto que pagou as viagens e o alojamento no hotel de luxo, onde um quarto individual para quatro noites pode custar 1000 euros.

O encontro teve lugar entre 14 e 18 de Janeiro deste ano.

Instituto norte-americano organiza seminários para “educar” líderes religiosos

O Instituto Acton apoia políticas económicas de livre mercado enquadradas dentro da moralidade judaico-cristã, organizando seminários para educar líderes religiosos de vários países, executivos de negócios, empreendedores, professores universitários e investigadores.

Além da estadia e das viagens, o Instituto organizou ainda uma ida a Fátima para os bispos e cardeais que participaram no encontro em Sintra.

A reunião tem acontecido nos últimos anos, no mesmo hotel na cidade portuguesa, como “uma espécie de ritual”, sustenta também o Sete Margens.

Neste ano, teve como convidado “especial” o bispo Rolando Alvarez, da Nicarágua, que esteve detido e foi expulso do país pelo regime de Daniel Ortega.

O bispo falou da perseguição de que foi vítima por parte do Governo autoritário e abordou as perseguições à Igreja Católica em várias latitudes.

Alvarez contou como esteve “21 dias preso no ‘inferninho’”, “totalmente nu”, “sem dormir”, com “gritos”, “comida gelada, sem sal”, “peixe cru” e um “calor sufocante”.

“Cantava a Deus e a Nossa Senhora. Pensava na morte. Pedia que, se ia morrer, aquilo servisse de purgatório”, relatou, conforme cita a Sete Margens, com base em testemunhos de quem esteve na reunião.

ZAP //

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