Sigiriya, uma fortaleza rochosa com 200 metros de altura e antigo palácio real, é um dos locais mais visitados do Sri Lanka.
Construída em 477 d.C., Sigiriya é considerada um dos mais bem preservados exemplos de planeamento urbano do sul da Ásia e um dos sítios arqueológicos mais importantes do continente.
O palácio no topo da rocha conseguiu alcançar o título de Património Mundial da UNESCO em 1982, mas são os jardins e os sistemas de água as estrelas que fazem de Sigiriya um verdadeiro tesouro nacional.
Além de serem os jardins aquáticos mais bem preservados do sul da Ásia, são também alguns dos jardins paisagísticos mais antigos do mundo, escreve a BBC.
Mas não só. Senake Bandaranayake, diretor fundador da arqueologia de Sigiriya, explicou que o local é uma brilhante combinação de simetria e assimetria deliberada.
“Os jardins em Sigiriya consistem em três secções distintas mas interligadas: os jardins aquáticos simétricos ou geometricamente planeados; a caverna assimétrica ou orgânica e o jardim de pedras; o jardim escalonado ou em socalcos que rodeia a rocha, o jardim aquático (em miniatura) e os jardins palacianos no cume da rocha”, escreveu no ensaio City, Palace and Royal Gardens.
Os sistemas de água são considerados um tesouro da engenharia devido à utilização de energia hidráulica, sistemas de túneis subterrâneos e força gravitacional que criam um sistema muito bonito de piscinas e fontes ainda em funcionamento.
Várias condutas subterrâneas utilizam força gravitacional e pressão hidráulica para enviar água do tanque de Sigiriya (com uma elevação ligeiramente superior à dos jardins) para as diferentes piscinas, fontes e riachos dos jardins.
No trabalho, Bandaranayake detalha também a existência de condutas de água a diferentes profundidades, suscetíveis de atingir níveis de água variáveis. Esta arquitetura exigia um conhecimento avançado de física e engenharia.
Além da beleza e praticabilidade, os jardins aquáticos tinham outro objetivo. Através deles, o rei Kasyapa tinha a intenção de passar uma mensagem de poder e engenhosidade a todos os que duvidassem da sua capacidade de liderança do reino.
Segundo a BBC, era, em especial, uma mensagem para os monges Mahavihara, que construíram o mosteiro mais poderoso de Anuradhapura e apoiavam o seu pai – que era o seu maior inimigo.
Dathusena foi o primeiro rei da dinastia Moriyan do Sri Lanka, tendo governado entre os anos 455 e 473 d.C.. Tinha dois filhos: Moggallana e Kashyapa, sendo que este último era ilegítimo, mas sonhava com o trono.
Não satisfeito com a sua condição na linhagem real, Kasyapa conspirou com o general do exército real e, num golpe de Estado, prendeu o pai. Mais tarde, acabou mesmo por assassiná-lo e conquistar o trono.