O shutdown mantém-se nos Estados Unidos e já é o mais longo da história do país. Alguns funcionários do Governo federal deixaram de receber salário e estão a recorrer a bancos alimentares.
A birra de Donald Trump continua e parece não ter fim à vista. O financiamento para o muro não recebe luz verde do Congresso, por isso mantém-se no shutdown nos Estados Unidos, que, à quarta semana, começa a revelar as feridas cada vez mais salientes da paralisação parcial do Governo norte-americano.
Uma reportagem da CNN, publicada esta quinta-feira, dá conta de que cerca de 800 mil funcionários do Governo federal estão a ser duramente afetados por este bloqueio. Apesar de continuarem a trabalhar, deixaram de receber salário. Desesperados, muitos deles começaram a recorrer a bancos alimentares para continuarem a alimentar a sua família.
O que a quarta semana de shutdown parece trazer de novo são as inúmeras chamadas para agências por parte de trabalhadores ansiosos e completamente perdidos. As agências estão a colocar em marcha um plano para conseguir dar resposta às novas exigências alimentares, mas algumas delas estão já a atingir o limite.
A estação televisiva norte-americana dá o exemplo do banco alimentar do Catholic Community Services of Northern Utah que foi surpreendido com mais de 280 funcionários federais a pedir ajuda, duplicando a procura habitual. Algumas instituições já consideram a hipótese de reduzir a dose nos sacos para a solidariedade chegar a todos.
A CNN dá ainda outro exemplo. Sob o mote “buy now, pay later”, a Kraft abriu uma loja onde permite aos funcionários do Governo federal comprarem bens e pagá-los mais tarde.
Este é já o shutdown mais longo da história dos Estados Unidos e as consequências parecem agravar a cada dia que passa. Donald Trump está intransigente em relação ao muro que vai separar os Estados Unidos e o México, exigindo os cinco mil milhões de euros para o construir. Por seu turno, os congressistas democratas negam.
A paralisação parcial mantém-se e, com ela, cresce a dúvida dos trabalhadores do Governo federal, que não sabem se o sol brilhará amanhã.