“Estão a tentar roubar-nos os jogadores”, denuncia o Shakhtar Donetsk, falando de agentes que dizem aos clubes para não pagarem aos ucranianos.
Sergei Palkin, CEO Shakhtar, criticou duramente os empresários de futebol que estão a tentar lucrar com a guerra na Ucrânia. “Toda a gente está a tentar beneficiar com a situação” denuncia Palkin, realçando que os piores são os agentes.
“Há pessoas que dizem ‘eu apoio a Ucrânia, mas quando dizemos, ‘ok, mostra lá o teu apoio’, as coisas mudam”, disse Sergei Palkin ao The Athletic.
O dirigente do emblema ucraniano dá o exemplo de um clube com o qual o Shakthar tem um contrato que os obriga a disputarem um encontro particular, sob pena do pagamento de 300 mil euros.
“Não fizemos esse jogo, apesar de termos tentado. Quando a guerra começou dissemos-lhes: ‘Não disputámos o particular, nós não precisamos do dinheiro, por isso ofereçam-no aos refugiados ucranianos’. Não pagaram”, lamentou Palkin. “Este clube tem dinheiro, muito dinheiro. É apenas um exemplo”.
Em sentido contrário, o CEO do Shakhtar dá o exemplo de clubes que, de facto, ajudaram, como é o caso do SL Benfica.
“Há clubes que genuinamente ajudaram. Fizemos alguns particulares para angariar fundos, alguns clubes responderam num estalar de dedos. O Olympiacos deu-nos 1.500 caixas de primeiros socorros para o exército; o Benfica mandou muita ajuda humanitária. Vimos o que aconteceu nas diferentes ligas e isso foi uma injeção de adrenalina para nós”, disse.
Embora acredite que 95% dos jogadores ucranianos vão continuar na liga, Palkin não tem as mesmas garantias em relação aos futebolistas estrangeiros.
“Há negociações complicadas, estão a tentar roubar-nos os jogadores. Há jogos de bastidores, clubes a dizerem para eles não jogarem porque os contratos vão ficar sem efeito. Ninguém imagina o que está a acontecer”, atirou. “Os empresários chegam aos clubes e dizem ‘não paguem ao Shakhtar, paguem-me a mim 10 milhões e esqueçam o clube'”.
