A investigação refere que Manuel Serrão terá usado empresas controladas pelo cunhado e contas bancárias da mãe idosa no esquema milionário de desvio de fundos europeus.
O Ministério Público alega que o empresário do setor têxtil Manuel Serrão utilizou empresas de terceiros, algumas das quais controladas por um cunhado, para ocultar a origem ilícita do dinheiro obtido através deste esquema.
A investigação revelou que Serrão também tinha controlo efetivo sobre as contas e aplicações financeiras da sua mãe, uma senhora com mais de 90 anos, o que facilitava a ocultação das verbas ilícitas, aponta o Público.
Apesar de ter sido contactado, Serrão recusou comentar as acusações por recomendação do seu advogado, mas afirmou que “tinha muitas coisas para dizer”. O seu advogado, Marinho Falcão, também se recusou a comentar as imputações, enfatizando que a defesa será feita em tribunal.
Desde pelo menos 2015, Serrão e os alegados seus cúmplices, incluindo um cunhado e um amigo, são suspeitos de desviarem cerca de 50 milhões de euros de fundos europeus. A Associação Seletiva Moda conseguiu a aprovação de 12 projectos, que geraram pagamentos, a título de reembolsos ou adiantamentos, de 38,9 milhões de euros.
O esquema baseava-se no uso de empresas fictícias e com faturação inventada para obter os apoios. As suspeitas estendem-se a várias empresas controladas por Serrão e os seus associados, incluindo a No Less e a House Project – Business Consulting, que teriam recebido subsídios significativos para incentivo à qualificação e internacionalização.
Além disso, há alegações de que a Selectiva Moda pagou 372 mil euros ao hotel Sheraton do Porto para a estadia de Serrão, despesa esta que pode ter sido imputada a projetos financiados por fundos europeus. Inclusive, funcionárias da Selectiva Moda estariam cientes do esquema, sendo remuneradas por diversas destas entidades.
O jornalista Júlio Magalhães é também um dos suspeitos e as suas conversas com Serrão terão sido apanhadas em escutas telefónicas que já estão transcritas e constam no processo, avança o Correio da Manhã. Serrão inclusive vendeu a sua casa em Matosinhos Sul a Júlio Magalhães antes de ir viver para o hotel Sheraton.
O Ministério Público alega ainda que Júlio Magalhães simulou serviços que não prestou a empresas lideradas por Manuel Serrão, atuando como um testa de ferro e sendo pago por isso. O jornalista ter-se-á feito passar como sócio em pelo menos três empresas, cuja atividade era na verdade gerida por Manuel Serrão.
O pivô da TVI também escreveu artigos para o “Jornal T”, um órgão comercial que contraria o estatuto de jornalista, e seria pago de forma fradulenta. Júlio Magalhães suspendeu as suas funções na TVI esta terça-feira.
O caso também envolve figuras do setor da moda como Katty Xiomara e entidades como o centro de inovação tecnológica têxtil Citeve, que continuam sob investigação.
Apesar das várias buscas realizadas e da amplitude do esquema, até o momento, ninguém foi constituído arguido nesta investigação conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
Esperemos que não seja mais um bluff e que nada disto se possa provar ou antes que a s provas não sejam suficientes para os meritíssimos juízes indigitados para tal processo! Mas uma conclusão podemos tirar de tudo isto: é que as mães dão mesmo muito jeito aos trafulhas e vigaristas!!