O nosso sentido de olfato pode ser mais poderoso do que pensamos

A capacidade do nosso olfato varia de pessoa para pessoa, mas é possível treinarmos este sentido para que ser mais apurado.

O nosso nariz está carregado de neurónios sensoriais olfativos e cada um deles tem um recetor de odor. Quando as moléculas no ar estimulam um destes recetores, enviam uma mensagem diretamente ao cérebro.

A verdade é que o olfato não é o sentido de que mais dependemos, sendo essa razão que explica porque é que este não é tão importante para nós como é para outros animais. Mas isto significa que não podemos apenas depender do olfato.

Há muita variedade na precisão dos nossos olfatos que pode ser explicada pela genética (no geral, as mulheres costumam ter um olfato mais apurado do que os homens) ou pela anatomia, como um septo desviado.

Mas há ainda um grupo especial de super-cheiradores afetados por uma condição chamada hiperosmia. Por ser tão rara, ainda não se sabe muito sobre esta condição, mas há algumas doenças como as enxaquecas, são associadas à hiperosmia.

No geral, os humanos têm um olfato apurado. Um estudo de 2017 que fez uma revisão à literatura científica concluiu que os humanos têm um sentido que cai na média entre os mamíferos, refere a Discover.

Mesmo assim, a maioria de nós também pode praticar para melhorar a sua capacidade de cheirar e criar “músculos do olfato”. Justin Turner, otorrinolaringologista e diretor do Centro de Olfato e Paladar da Universidade de Vanderbil, usa técnicas para treinar o olfato para pacientes que perderam o sentido devido à covid-19 ou por outra razão de saúde.

O método chama-se retreino olfativo e consiste em fazer os pacientes cheirar diferentes odores algumas vezes por dia durante alguns meses. “A ideia é que se esteja constantemente a estimular estes neurónios olfativos e a estimular o cérebro e o seu poder de processamento”, explica.

Mesmo para quem não perdeu o olfato, pode usar-se uma técnica semelhante para se melhorar o olfato. “Um bom exemplo é um especialista em perfumes. Estas pessoas são pagas imenso dinheiro para identificarem fragrâncias e identificarem cheiros agradáveis que se vão misturar bem. Para fazerem isto, praticam, às vezes durante anos”, remata.

ZAP //

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