A viverem pelas ruas da cidade de Lisboa, algumas pessoas em situação de sem-abrigo disseram à Lusa que compreendem o apoio de Portugal no acolhimento de refugiados, mas queixam-se de não terem ajuda semelhante por parte do Governo.
Portugal está “praticamente” pronto para acolher 4.500 refugiados, segundo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e várias instituições sociais e municípios têm-se mobilizado para ajudar. Porém, há também quem se tenha manifestado contra a entrada de refugiados, tendo como mote “Cuidar dos Nossos Primeiro” e dando como exemplo a situação dos sem-abrigo.
A dormir pelas ruas de Lisboa, José Manuel Saraiva, de 53 anos, mostrou-se solidário com o acolhimento aos refugiados, por considerar que é uma situação “muito pior” comparada à condição de sem-abrigo.
“Não me afecta que o Estado ajude. Prefiro que não me ajudem a mim e que os ajudem a eles“, afirmou à Lusa este lisboeta, sem-abrigo há cerca de seis anos, acreditando que o apoio aos refugiados “será uma situação pontual”.
Para José Manuel Saraiva, o caso dos refugiados é complicado por virem de países em guerra, explicando que “é muito difícil ver imagens de crianças e outras pessoas a morrerem todos os dias”.
José Manuel Saraiva tinha uma vida estável pessoal e profissionalmente, mas quando se divorciou viu-se sem rumo, deixou o emprego e foi viver para a rua. Reconhece o erro de ter optado pelo caminho “mais fácil, o andar para a frente talvez seja o mais difícil”.
“A pessoa depois habitua-se também a ficar nesta situação e pouco faz para sair dela”, admitiu, criticando o facto de nunca ter recebido qualquer subsídio ou apoio do Estado.
Há mais de uma dácada que Fernando Domingues, de 62 anos, vive na rua, após ter ficado desempregado e nunca mais ter conseguido arranjar emprego, contou.
Costuma abrigar-se junto à igreja de Arroios, em Lisboa, onde recebe o apoio das carrinhas das instituições que distribuem alimentação.
Questionado sobre o acolhimento de refugiados em Portugal, Fernando Domingues disse não estar contra, mas lamentou o facto de os sem-abrigo não terem apoios semelhantes.
“Os refugiados são acolhidos, dão-lhes casa. Aos sem-abrigo não dão nada“, lamentou, reivindicando que “o que se faz a uns, se faça a outros”.
José Rebelo, de 47 anos, e a companheira Arminda Rocha, de 50, pernoitam nas ruas da capital há cerca de três anos, devido à “falta de dinheiro, falta de trabalho e dependência de álcool”.
Actualmente, o casal está inserido num programa de combate ao alcoolismo, pois pretende “reiniciar outra vez, de uma forma diferente”, disse José Rebelo, acrescentando esperar a atribuição de uma casa social.
José Rebelo deixa ainda um desabafo que não esconde uma mágoa: “é injusto para quem é português” que os refugiados tenham “direito a tudo e mais alguma coisa”.
“Não estou contra os refugiados que fogem dos países deles à procura de uma vida melhor”, defendeu, considerando, no entanto, que “o Governo português havia de investir mais no apoio à população portuguesa”.
/Lusa
ora aí está um reinvindicação, legítima, pelos menos se sejam iguais em paridade com esses estrangeiros que nos vêm pertubar o equilibrio.
Têm toda a razão,somos todos iguais!!
…..para não falar que os refugiados vão receber ou ter regalias pagas pelo dinheiro dos impostos, e que nós contribuimos para esse fundo. É triste, muito triste que os portugueses contribuintes sejam preteridos em prol dos que nunca e em nada contribuiram……..
O dinheiro para os refugiados vem da UE. Mas poder-se-ia discutir com a UE a atribuição de subsídios europeus a sem-abrigo. Mesmo que estes tivessem que preencher determinados requisitos. É que se o subsídio for bom, até eu deixo o meu trabalho que só me rouba a saúde e parece ser, cada vez mais, inútil para a sociedade, e torno-me sem-abrigo.
Pois muito bem: Gostaria de ver agora a Igreja e as Misericórdias a perfilarem-se para ajudar os sem-abrigo. O pior é que estes, infelizmente, “não estão na moda” e como tal não são tão apetecíveis e visíveis a partir do Vaticano.
É nestas coisas que se vê o que é realmente a Europa e o nosso Pais e afinal Varoufakis até tem razão em coisas que disse, também alguns sem abrigo verdade seja dita não fazem a mínima para melhorarem a vida aqui até concordo com algo pois tudo de mão beijada até eu me tornaria sem abrigo para ter certas coisas assim como muita gente que recebe rendimento mínimo sem merecer pois andam anos e anos com ele sem se preocuparem sequer em ir a procura de trabalho, sei que posso ferir algumas almas mas é o que penso, claro que muita gente tem mesmo de ser ajudada a superar a sua dignidade e voltar a vida mas também tem de fazer por isso.
Quanto aos refugiados pois que venham não a outro remédio mas também aqui sou a favor que se dão casa entre outras coisas façam o mesmo aos sem abrigo que realmente querem melhorar a sua vida e sair das ruas assim como com tantas matas, ruas, prédios e casas do estado por pintar ora então metam essas pessoas a ajudar o Pais que também está a ajuda-los a viver uma nova vida.
Se existe uma associação esta ajuda e tem ajudantes então se o estado ajuda estes também devem ajudar o estado.
E aqui não estou com cinismos nem algo do género sendo apenas o que acho correto uma vez que se sai dinheiro do bolso dos contribuintes para lhes pagar que seja para não ficarem em casa mas sim também para ajudarem o Pais.
Vi aqui alguém que diz O dinheiro para os refugiados vem da UE , ora e Portugal não é da UE deve pensar que também não entra com dinheiro para esta e outras situações.
Alias vamos só supor o rendimento mínimo, se quem o recebe tivesse de ajudar o Pais no mínimo 70% desses rendimentos deixariam de existir ou alguém tem duvidas ?
A responsabilidade de ter boca na cabeça dos dedos…
http://www.scml.pt/pt-PT/areas_de_intervencao/acao_social/
Absoluta razão. Um sem abrigo, é alguém que não tem a possibilidade de, por si mesmo, sem ajuda, sair da sua situação. É dramático uma sociedade que o permite. No entanto as motivações e as movimentações para ajudar um sem abrigo não são tantas. Porquê?…
Muito simples…Os sem abrigo em portugal não lhes dão manchetes de capa e o povo na sua generalidade a mentalidade é e sempre será o que vem de fora é que é bom. Estamos a falar de um povo medíocre hipócrita.
E trabalho para todos?