Há 12 futebolistas internacionais pelo Israel que têm dupla nacionalidade portuguesa. Os jogadores conseguiram-na através da lei dos sefarditas.
Mais de 40 futebolistas israelitas têm nacionalidade portuguesa concedida ao abrigo da lei dos sefarditas, que permite a descendentes de judeus obter a cidadania. A própria seleção israelita de futebol tem 12 jogadores com dupla nacionalidade portuguesa.
A investigação do jornal Público detalha que dos 40 atletas, apenas um jogou em Portugal. Isto sem contar com Miguel Vítor, formado no Benfica, que obteve nacionalidade israelita e representa a seleção do país.
Trata-se do ponta-de-lança Dor Jan, contratado pelo Paços de Ferreira para a temporada de 2020/21, por 100 mil euros.
A nacionalidade portuguesa é usada pelos futebolistas israelitas para facilitar a entrada em clubes europeus. Muitas competições do Velho Continente têm limitações para a contratação de jogadores extra-comunitários, nos quais se incluem os israelitas.
Entre eles está Manor Solomon, de 23 anos, considerado a atual maior promessa do futebol israelita. O jogador pertence aos quadros do Shakhtar Donetsk, mas está de momento emprestado ao Fulham, de Inglaterra. Solomon está avaliado em 18 milhões de euros pelo portal Transfermarkt.
O Benfica tentou contratar o jogador há quatro anos, quando este ainda jogava em Israel e não tinha nacionalidade portuguesa. A transferência, que se estimava poder chegar aos 5 milhões de euros na altura, acabou por nunca se consumar.
Shon Weissman, de 26 anos, é o segundo jogador israelita mais bem avaliado do mercado e também ele tem nacionalidade lusa. O jogador do Valladolid, de Espanha, chegou a ser apontado ao Sporting CP e ao Sporting de Braga.
Os pedidos de naturalização portuguesa ao abrigo do regime para descendentes de judeus sefarditas foram 50.407 apenas no ano 2021, representando cerca de 72% do total de 70.087 pedidos apresentados.
Segundo os dados enviados à Lusa pelo Ministério da Justiça, “foram recebidos, a nível nacional, um total de 195.811 processos de nacionalidade, e que do total indicado 50.407 processos respeitaram a pedidos de judeus sefarditas” no último ano. Estes dados correspondem a cerca de 72%, não existindo ainda números consolidados relativamente a 2022.
Após dúvidas levantadas por eventuais ilegalidades na atribuição da nacionalidade a descendentes de judeus sefarditas, o rabino da Comunidade Israelita do Porto (CIP), DanielLitvak, foi detido em março pela Polícia Judiciária e ficou a aguardar o desenvolvimento do processo com termo de identidade e residência, entregando ainda o passaporte (esta última medida foi entretanto revogada por decisão da Relação de Lisboa). Também o advogado Francisco de Almeida Garrett, vogal da direção da CIP, foi constituído arguido no caso.
A investigação no âmbito do processo de Abramovich implicou a realização de buscas e envolve suspeitas de vários crimes, nomeadamente tráfico de influências, corrupção ativa, falsificação de documento, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e associação criminosa, indicaram então a PJ e o MP num comunicado conjunto.
ZAP // Lusa