Seis recordes (indesejados) no Sporting-Ajax

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Manuel de Almeida / Lusa

Aos 68 segundos já havia um registo inédito em Alvalade. FC Porto continua bem fora de casa, Atlético de Madrid continua mal em casa.

Pelo segundo ano consecutivo, o início do Sporting numa competição europeia foi quase um desastre. Em 2020, ao segundo jogo, derrota caseira por 1-4; em 2021, logo na estreia, derrota caseira por 1-5.

A vitória do Ajax em Alvalade, na primeira jornada do Grupo C da Liga dos Campeões, contou com seis recordes, seis registos inéditos.

E o primeiro aconteceu logo aos 68 segundos, quando Sébastien Haller inaugurou o marcador. Foi o golo mais rápido de sempre sofrido pelo Sporting na Liga dos Campeões.

Aos 10 minutos o campeão português já perdia por 0-2: também nunca tinha acontecido ao Sporting, que nunca tinha estado a perder por dois golos de diferença aos 10 minutos de uma partida UEFA.

Ao intervalo, 1-3. E assim estava confirmado o terceiro recorde: nenhuma equipa estrangeira, num jogo oficial, tinha marcado três golos durante a primeira parte, em Alvalade.

Quando Sébastien Haller apontou o seu terceiro golo, juntou-se a uma lista restrita de 10 futebolistas que conseguiram um hat-trick na sua estreia na Liga dos Campeões. Marco van Basten, Wayne Rooney, Yacine Brahimi e Erling Haaland são outras das excepções.

Quando Sébastien Haller marcou pela quarta vez, atingiu um recorde que só van Basten havia conseguido: ser o autor de quatro golos no seu primeiro jogo na Liga dos Campeões (desde que se chama Liga dos Campeões).

O Ajax chegou assim ao quinto golo. Mais um recorde, este relacionado com a época actual: nos seis duelos anteriores o Sporting sofreu quatro golos – e só neste jogo sofreu cinco.

Foi apenas a segunda vez que a turma lisboeta sofreu cinco golos em casa, num jogo internacional.

E o sexto recorde: o Ajax foi a primeira equipa a conseguir marcar cinco golos ao Sporting de Rúben Amorim.

Outros registos da noite

O FC Porto esteve melhor, à mesma hora. Na casa do campeão espanhol os portistas empataram sem golos contra o Atlético de Madrid.

Nos últimos cinco jogos longe do Dragão, na Liga dos Campeões, a equipa de Sérgio Conceição não sofreu qualquer golo em quatro deles.

O Atlético de Madrid não tem estado bem nesta prova: nos últimos quatro jogos realizados no seu estádio, não venceu. Empatou três e perdeu um.

Um dos dois maiores destaques da noite passada verificou-se em Manchester, onde o City derrotou o Leipzig por um resultado invulgar 6-3. Jack Grealish estreou-se na Liga dos Campeões e logo com um golo e uma assistência. No Leipzig, noite de sensações mistas para Christopher Nkunku – marcou três golos mas perdeu (só Ronaldo, Bale e Kahveci tinham feito o mesmo).

O outro foco esteve na Bélgica, onde o poderoso Paris Saint-Germain não foi além de uma igualdade (1-1) diante do Club Brugge. Mas os belgas não se limitaram a defender: remataram 16 vezes e o PSG apenas nove. No meio das “estrelas” ofensivas, foi Ander Herrera que voltou a marcar – o seu quarto golo nesta época; é o melhor goleador da equipa, ao lado de Mbappé.

Por fim, o AC Milan. Perdeu contra o Liverpool por 3-2 mas registou-se um facto curioso: quando Daniel Maldini entrou a seis minutos do final, seguiu os passos do seu pai Paolo Maldini e do seu avô Cesare Maldini, que também jogaram na Taça/Liga dos Campeões. Uma «dinastia Maldini» na maior prova europeia de clubes que começou já na década 1950. Sempre ao serviço do AC Milan.

Nuno Teixeira, ZAP //

1 Comment

  1. FC Porto, conseguiu duas coisa importantes no futebol: acabou o serviço do limitadíssimo Simeone e anulou o A. Madrid. E fez mais, jogou com critério e não só nas trincheiras defensivas. Não foi um jogo que pagasse para ver, mas o que conta é a classificação no final da fase de grupos e o FCP confirmou um talento que já não é novo, consegue fazer jogar mal equipas sem grande qualidade (e peso) ofensiva. Exemplos: eliminou a Juve e não andou longe de fazer o mesmo ao Chelsea.
    Benfica, o costume, tinha a obrigação de ganhar o jogo e esteve quase a perdê-lo. Uma vez mais o JJ demonstrou que não sabe falar “estrangeiro”, a Champions não é o seu quintal: nada fez para ganhar o jogo.
    Sporting: A demonstração óbvia da prova do algodão. A equipa foi hipervalorizada pela comunicação social lisboeta (e sportinguista) e no primeiro teste a sério, crashou. Falta à equipa quantidade e, sobretudo, qualidade – não jogaram Coates e “Pote” -, é uma ilusão pensar que com meia-dúzia de sub-19/sub-20, desconhecidos meses atrás, se pode competir na Liga Europa, quanto mais na Champions.

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