Segurança Social retira “sem motivo” cabazes alimentares a 30 mil pessoas

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Instituto da Segurança Social já enviou instruções oficiais para reduzir ajuda. Queixas multiplicam-se: Governo não está “minimamente preocupado”.

Há cerca de 120 mil pessoas a receber ajuda através do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas, do Instituto da Segurança Social. Mas o número está a descer e vai continuar a descer.

O Governo indicou ao Jornal de Notícias que há 110 mil beneficiários que cumprem os critérios, de acordo com a avaliação mais recente, com tendência para essa contabilidade continuar a cair.

Nesse sentido, o Instituto da Segurança Social já enviou uma instrução oficial para centros de todo o país: haverá um corte de 30 mil beneficiários, de 120 mil para 90 mil.

A Segurança Social justifica este corte com a “evolução favorável da situação epidemiológica no nosso país, e a progressiva normalidade em geral”.

A análise aos números, à lista das pessoas que precisam de ajuda, é feita de três em três meses.

Estes beneficiários recebem essencialmente comida (cabazes alimentares), através do programa operacional.

Já surgiram queixas em relação a esta decisão. Em Setúbal, uma assistente social atirou: “O Governo não está minimamente preocupado com esta situação”.

“No início da pandemia, quis mostrar que estava a apoiar quem mais necessitava e, de um momento para o outro, o Governo corta sem motivo, até porque agora os bens alimentares estão bastante mais caros”, lembrou.

No distrito de Setúbal há famílias em lista de espera para conseguirem ajuda alimentar. Mas a plataforma oficial não permite aumentar o número de beneficiários.

Em Coimbra, nova crítica de outra assistente social: “Esta redução não tem qualquer justificação”.

De Leiria chega outra perspectiva: há famílias carenciadas que já terão desistido deste programa de apoio porque os cabazes têm cada vez menos alimentos.

O Ministério da Segurança Social garantiu ao jornal que quem cumpre os critérios vai continuar a ser auxiliado, neste contexto.

Números e explicações

O Instituto da Segurança Social já reagiu a estes números, através da sua presidente Catarina Marcelino: “Houve pessoas que, felizmente, voltaram a ter emprego e, portanto, saíram do programa”.

Na rádio TSF, Catarina lembrou que, até ao aparecimento da pandemia, havia 60 mil beneficiários. Foi aumentando gradualmente até ao dobro porque “de repente, muita gente ficou sem emprego”.

“Nós não fizemos um corte abrupto no número de pessoas no programa alimentar”, continuou, acrescentando que está a decorrer uma reavaliação no Instituto da Segurança Social – as avaliações periódicas não decorreram como antes, por causa do coronavírus.

“Há uma necessidade de voltar a níveis mais equilibrados nas ajudas”, disse a presidente da entidade.

(artigo actualizado com declarações de Catarina Marcelino)

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

14 Comments

  1. Se há critérios definidos e se é verdade que a situação está melhor, então não havia necessidade de impor está redução, ela aconteceria naturalmente.
    É só falácias, pois a situação não está melhor, não há critérios assim tão definidos e a gestão da segurança social continua a ser feita à bruta (agora podemos dizer à moda russa em vez de à bruta, percebe-se melhor)

    • A ministra do sorriso escancarado, nunca me enganou, Aquilo é só vedetismo vazio e bajulação ao chefe sem limites. Rua com esta lambe-botas de Torres Vedras.

  2. Estes programas também são para muitas pessoas que deles não necessitam, mas, o povo é assim, se é de borla , vamos lá :/ .
    O governo não está preocupado, nem nunca estará, aquilo, lá no parlamento ,mais parece um tourada :/

    É ver o TikTok da Mortágua, a falar como se fosse uma santa nisto tudo, enfim,o povo reclama pela emoção e vota com a emoção, também , quanto à razão logo se verá…
    Para finalizar, não existem omeletes sem ovos , seja que governo for, e eu detesto este que lá está, mas, a razão manda-me escrever assim 🙂

    • O Banco Alimentar é necessário, pois muitas pessoas são pobres, logo, não possuem meios para adquirir bens alimentares. E o que faz o Governo, neste terrível contexto de guerra e de forte quebra do poder de compra? Retira meio sustento… e, enquanto muitos sofrem por não terem o que comer, os governantes têm os bolsos cheios de dinheiro… acham isto justo?! Eu, não!!

    • O pai da Tik Tok, o ultra-ladrão da Figueira da Foz, já estará recuperado, para dar umas iinstruções frescas à filha?

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