A nossa segunda lua mentiu-nos?

Peter Carril/ESA

2022 NX1, que seguia uma trajetória semelhante à da “mini-lua” que esteve recentemente na orbita da Terra.

A segunda lua que a Terra ganhou no final de setembro já está de partida. Saiu esta terça-feira da nossa órbita, mas não se foi embora sem nos deixar com uma surpreendente pista.

O objeto com cerca de 10 metros de diâmetro, denominado 2024 PT5, foi descoberto a 7 de agosto e permaneceu “de férias” na órbita do nosso planeta durante 56,6 dias.

Carlos de la Fuente Marcos e Raúl de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid, estudaram a trajetória desta “mini-lua”, que fez uma “órbita em ferradura”.

Mas uma análise mais detalhada do 2024 PT5 durante o seu tempo perto da Terra revelou algumas surpresas. Dados espectroscópicos preliminares sugerem que a mini-lua pode ter tido origem… na nossa Lua.

Os astrofísicos notaram que o espetro visível desta suposta “mini-lua” se alinha com o de um asteroide do tipo Sv, mas também se assemelha à brecha do mare lunar, um tipo de rocha formada pela atividade vulcânica lunar e por eventos de impacto, segundo o IFL Science. Isto sugere que o 2024 PT5 poderá ser na verdade um fragmento da Lua, ejetado para o espaço após uma antiga colisão, de acordo com o estudo publicado no arXiv a 17 de novembro.

É importante salientar que estas descobertas ainda não tenham sido revistas por pares. Espera-se que a mini-lua regresse já daqui a pouco mais de um mês, em janeiro de 2025 — e depois 2055, 2084 e 2085 — para mais estudos e observações de radar poderem ser conduzidos pela NASA.

A investigação de setembro, publicada na Research Notes of the American Astronomical Society., salienta que a Terra captura e liberta periodicamente asteroides da população de objetos próximos da Terra (NEO). Os astrónomos acreditam que estas raras e intrigantes “mini-luas” oferecem oportunidades valiosas para a exploração científica e potencial exploração mineira espacial. Asteroides como o 2024 PT5 podem servir de postos de abastecimento em viagens espaciais mais longas.

ZAP //

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