Antigo selecionador de Portugal não está satisfeito com o cenário que o clube atravessa, nos bastidores. Salários em atraso são a preocupação principal.
Luiz Felipe Scolari regressou ao comando técnico do Cruzeiro no dia 16 de outubro do ano passado. O antigo selecionador de Portugal, que já tinha orientado o Cruzeiro há 20 anos, voltou a Belo Horizonte para assinar um contrato válido até 2022. No entanto, pode deixar o clube no início de 2021.
Não são os resultados que estão em causa: em 18 jogos sob o comando técnico de Scolari, o Cruzeiro só perdeu duas vezes até agora (embora contabilize oito empates). A equipa está no 12.º lugar da Série B e é quase impossível descer de divisão – era penúltima classificada quando Scolari voltou.
O que está em causa são os bastidores e a crise financeira do emblema brasileiro. A Globo explica que, quando assinou contrato em outubro, o treinador campeão mundial teve a garantia de que os salários iriam ser pagos a tempo e horas. Não tem acontecido.
Os futebolistas do Cruzeiro não recebem desde novembro e não receberam o “13.º mês” em 2020. A falta de pagamentos estende-se à maioria dos funcionários, que também acumulam salários em atraso.
Além disso, e igualmente por causa de dívidas, um castigo imposto pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas impede o Cruzeiro de inscrever jogadores. Esta limitação começou em novembro.
A direção não dá respostas concretas ao treinador, que pondera abandonar o Cruzeiro ainda neste mês, quando o campeonato terminar. E, caso saia por vontade própria, Scolari não tem de pagar qualquer valor ao clube.
A época está a ser atribulada nos bastidores do clube de Belo Horizonte. Antes de Scolari assinar contrato, a direção mineira tentou contratar quatro treinadores – todos recusaram, incluindo o próprio Scolari, numa primeira abordagem.