À medida que as cidades e os ambientes urbanos vão avançando sobre os espaços verdes, a medicina vai perdendo uma das armas mais poderosas do seu arsenal contra todo o tipo de doenças: a natureza.
No livro Good Nature, recentemente publicado, a especialista em biodiversidade da Universidade de Oxford, Kathy Willis, explora o impacto da erosão dos espaços verdes na saúde mental e física da população.
A Live Science publicou um excerto desse livro, onde se propõe o uso dos satélites ou drones para ajudar os médicos a tratarem os pacientes.
Utilizando imagens de satélite e dados biométricos, o livro revela como a perda de vegetação está associada a um aumento no risco de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Kathy Willis recolheu amostras de DNA e outros dados biológicos de uma ampla amostra da população, não se restringindo a indivíduos com doenças específicas.
O livro foca-se no “Índice de Vegetação por Diferença Normalizada” (NDVI) – uma medida que avalia a saúde da vegetação através da análise de luz visível e infravermelha refletida.
O NDVI demonstrou uma correlação entre ambientes mais verdes e menores taxas de depressão, independente de outros fatores sociais ou económicos, especialmente notável entre mulheres e em áreas urbanas mais pobres.
“A incidência de diagnóstico e tratamento de transtornos mentais é menor quanto mais verde for o ambiente em que as pessoas vivem”, escreveu a especialista, citada pela Live Science.
Aliados inesperados da medicina
O livro cita estudos que utilizam dados de satélite em conjunto com grandes bases de dados de saúde, mostrando como o desaparecimento de árvores está ligada a um aumento de mortes por doenças respiratórias e cardiovasculares.
Willis sugere que a integração destes vastos conjuntos de dados pode ajudar a criar políticas públicas mais eficazes e a promover uma melhor saúde através da preservação dos espaços naturais.
O livro destaca a natureza como um componente essencial tanto na prevenção comoo na resolução de problemas de saúde pública, argumentando que soluções simples e naturais podem ser extremamente eficazes no combate de doenças.
Tanto satélites como os mais simples drones podem ser uma ajuda preciosa para os médicos – dando luzes importantes tanto na prevenção como no tratamento.