Confirmação do Tribunal da Relação de Paris origina sentença inédita a um antigo presidente de França. E ainda há mais dois processos.
Nicolas Sarkozy foi mesmo condenado por corrupção e tráfico de influência.
Nesta quarta-feira o Tribunal da Relação de Paris confirmou a condenação do antigo presidente de França.
São três anos de prisão, com o primeiro ano de prisão efectiva, com pulseira electrónica.
Ou seja, ao longo do primeiro ano será prisão domiciliária e nos outros dois é pena suspensa.
Mesmo assim, esta condenação é uma sentença inédita a um antigo presidente de França.
Como também fica com os direitos cívicos suspensos durante esses três anos, Sarkozy está proibido de se candidatar a cargos políticos.
A condenação já tinha sido anunciada em 2021, o processo seguiu para o Tribunal da Relação, que rejeitou o recurso.
Este caso está relacionado com o financiamento da campanha eleitoral para as eleições presidenciais em 2007 – que viria a terminar com a sua vitória e com a consequente eleição como presidente de França.
Através de escutas telefónicas, a polícia começou a suspeitar que Nicolas Sarkozy terá formado um “pacto de corrupção” com o seu advogado e com um magistrado para ter informações privilegiadas sobre a investigação judicial ao financiamento da sua campanha presidencial – em troca de um “empurrão” para um cargo a favor do magistrado, no Mónaco.
“Nicolas Sarkozy é inocente de todas as acusações”, disse a advogada, que anunciou que a defesa vai recorrer para o Supremo Tribunal.
O seu advogado e um antigo juiz também foram condenados a três anos de prisão, com um de prisão efectiva.
Sarkozy ainda vai a tribunal por causa de outro processo. Nesse, foi condenado a um ano de prisão e também recorreu. É acusado de gastar quase o dobro do limite legal na campanha de 2012 (nessa foi derrotado por François Hollande). Também é acusado de ter utilizado facturas falsas de uma empresa.
E ainda há outro caso, esse sim directamente relacionado com a campanha presidencial em 2007: há suspeitas sobre dinheiro que veio da Líbia e Sarkozy ainda pode ser julgado nesse terceiro processo.