Santa Clara 1-1 Porto | Dragão ressacado soma quarto tropeção

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Eduardo Costa / Lusa

O Porto festejou, durante a semana, a goleada e passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas na ressaca a esse feito perdeu dois pontos na visita ao Santa Clara, jogo da 11ª jornada da Liga bwin.

A formação da Invicta marcou logo no arranque da partida, por Fábio Cardoso, e como que “morreu” a partir daí qualquer perspectiva de qualidade e bom futebol. Partida de muita luta, pouca clarividência e um só golo mais, na segunda parte, numa cabeçada de Boateng já perto do fim. O Porto soma o quarto jogo (em 11 jornadas) a perder pontos, o segundo consecutivo após a derrota do clássico.

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O jogo começou praticamente com o 1-0, logo aos três minutos, por um antigo homem dos anfitriões, Fábio Cardoso, que cabeceou após livre da direita de Bruno Costa e não festejou. Um tento que obrigou os homens da casa a serem mais afoitos do que, provavelmente, teriam planeado para a primeira parte. O Santa Clara não teve muito a bola, mas tentou sempre o ataque, registando menos remates, é certo, mas o mesmo número de enquadrados.

O Porto, porém, foi sempre mais perigoso na etapa inicial, com Galeno e Evanilson (2) a contribuírem para os Expected Goals (xG) a favor bem elevados para os portistas, com boas ocasiões que desperdiçaram. O melhor em campo nesta fase era Fábio Cardoso, com um GoalPoint Rating de 6.6, pelo golo que marcou e pela excelente qualidade de passe, com somente um desperdiçado em 49.

O segundo tempo foi mal jogado. O Porto continuou a ter mais bola, mas praticamente não chegava com perigo ao último terço, sendo o Santa Clara a equipa mais afoita no ataque, com mais remates, mas sem grande inspiração. Os lances eram construídos aos repelões, a luta era intensa, mas com muita bola pelo ar e sem combinações colectivas ou lances de inspiração individual.

Até que aos 83 minutos, o balde de água fria para os campeões nacionais. Canto da esquerda e Boateng, nas alturas, cabeceou para o empate, ao nono remate dos da casa, quinto enquadrado, mais um que os portistas. O “dragão” partiu para cima do seu adversário e Taremi viu Gabriel Batista realizar uma grande defesa que segurou um pouco para os açorianos.

Melhor em Campo

Frente à sua antiga equipa, Fábio Cardoso foi o melhor em campo e começou a sê-lo bem cedo. O central marcou o golo do Porto, num golpe de cabeça, e depois esteve muito competente no passe (93% de eficácia). Foi o segundo jogador em acções com bola (95), ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e somou cinco alívios.

Destaques do Santa Clara

Boateng 6.8

O central fez o golo do Santa Clara e foi o melhor dos açorianos. O togolês esteve ainda sólido a defender, registando sete recuperações de posse e outros tantos alívios, máximo do jogo.

Gabriel Batista 6.6

O Porto criou perigo a espaços, mas quando o fez esbarrou num guarda-redes inspirado, que fez três defesas, todas a remates na sua baliza, uma delas a tirar um golo certo a Taremi.

Sagna 5.9

O lateral-direito senegalês “secou” Galeno, obrigando o brasileiro a fugir muitas vezes para zonas centrais. Defensivamente esteve muito forte, com registo de 12 acções defensivas, com destaque para quatro intercepções e dois bloqueios de remate, ambos máximos. Ganhou três de cinco duelos aéreos defensivos.

Destaques do Porto

Bruno Costa 6.5

O médio, este sábado no lugar do castigado Eustáquio, começou por fazer a assistência para o golo de Fábio Cardoso, tendo terminado a partida com o máximo de passes para finalização (4), passes super aproximativos (4, a par de Otávio) e acções defensivas no meio-campo contrário (4, com Evanilson e Bruno Almeida).

Diogo Costa 6.4

O golo cedo do Porto obrigou o Santa Clara a atacar e o guardião do Porto teve de se aplicar, realizando algumas defesas de qualidade. No total foram quatro paradas, embora só uma na sua grande área.

Otávio 6.3

Como sempre lutou muito e tentou carregar a sua equipa para a frente. O médio fez três remates, criou uma ocasião flagrante, fez os tais quatro passes super aproximativos e completou duas de quatro tentativas de drible. De negativo os 15 passes falhados e as 26 perdas de posse, ambos máximos.

David Carmo 5.7

Nota-se intranquilidade no central, que às vezes comete erros incompreensíveis. Nesta partida ameaçou por algumas vezes, mas acabou por não complicar, registando seis alívios, três passes super aproximativos e o máximo de ações com bola (99).

Uribe 5.6

O médio colombiano já atravessou melhores momentos. Menos participativo em momentos ofensivos, acumulou, ainda assim, alguns números interessantes, como o máximo de recuperações de posse (14) e de duelos aéreos defensivos ganhos (4 em 6). Mas não é hábito tantas perdas de posse no primeiro terço (5) e maus controlos de bola (4).

Zaidu 5.5

O ex-Santa Clara teve um jogo difícil. Apesar dos muitos ataques contrários, somou só quatro acções defensivas, registou cinco perdas de posse no primeiro terço e sete maus controlos de bola. De positivo as dez recuperações de posse e uma ocasião flagrante criada.

Taremi 5.5

Muito tentou o iraniano, que registou quatro remates, dois enquadrados, e criou uma ocasião flagrante e fez um passe de ruptura. Recebeu ainda 11 passes aproximativos e ganhou cinco de oito duelos aéreos.

Galeno 5.1

O extremo teve grandes problemas para passar por Sagna, sendo obrigado a flectir muitas vezes para o meio. Foi assim que conseguiu ser o mais rematador, com cinco disparos, três de fora da área, ainda que tenha assinado o máximo de ações com bola na área contrária. Porém esteve desinspirado, desperdiçando uma flagrante.

Resumo do jogo

1 Comment

  1. Curioso, basta o Benfica parecer competente e este clube de arrivistas entra em pânico, confirmando a ideia que tenho há dezenas de anos, sem a incompetência do SLB e o colaboracionismo de muitos dirigentes (Fernando Martins, Gaspar Ramos, Manuel Damásio e LFV, os mais notórios) e a “lêndea” de Pinto da Costa não passaria disso mesmo. um incomodo higiénico-capilar. Como não sou de arrebatamentos e sei da capacidade de recuperação das lêndeas, fico pelos indícios, do “parecer” que existe competência no Benfica. E para ficar confiante nessa aparente competência, preciso de saber o que o Benfica vai fazer depois de conhecidos os vereditos da “Mona Lisa” Rui Pinto e dos seus “pintores” no julgamento dos e-mails. E também preciso de saber qual a posição do Benfica quando as Cãmaras de Porto, Gaia e Matosinhos se preparam para entregar, chave-na-mão, de uma “cidade desportiva” que custará aos contribuintes 40/50 milhões. Ou o dobro, como é costume nestas coisas da Liga do Norte.

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