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Salvini tem trunfo na manga para pedir novamente eleições antecipadas

Angelo Carconi / EPA

Matteo Salvini

Uma vitória da Liga nas eleições regionais de Emilia Romagna pode dar a Matteo Salvini o pretexto para exigir eleições antecipadas em Itália.

Matteo Salvini continua de olhos postos no cargo de primeiro-ministro e pode voltar a pedir eleições antecipadas no país. Segundo o Jornal Económico, tudo depende de como de desenrolem as eleições na região de Emilia Romagna, no domingo, dia 26 de janeiro.

Um bom resultado da Liga, partido liderado pelo antigo ministro do Interior, e um mau desempenho do Partido Democrata e do Movimento 5 Estrelas pode desencadear um pedido de eleições antecipadas.

A vitória de Salvini pode ser suficiente para pressionar o atual Governo de coligação. “Eles têm medo, estão aterrorizados. No domingo, vocês dar-me-ão poderes para enviá-los para casa”, atirou o político de ultradireita. O sucesso está agora nas mãos de Lucia Borgonzoni, a líder regional da Liga.

Segundo a Euronews, ainda este domingo, em Bolonha, 40 mil pessoas saíram às ruas em mais uma demonstração do movimento antifascista Sardinhas. Os manifestantes reuniram-se em protesto contra o discurso de “ódio e divisão” de Matteo Salvini. O objetivo é tentar influenciar as eleições regionais que podem pender para a direita.

A região rica de Emilia Romagna é tradicionalmente governada por uma coligação de esquerda e da democracia cristã, razão pela qual uma vitória do partido de Salvini pode dar-lhe a força necessária para exigir eleições antecipadas. Com o Governo de coligação a atravessar grandes dificuldades, este pode ser o contexto perfeito para as pretensões do antigo ministro do Interior.

Ainda no mês passado, Salvini disse acreditar que se tornaria primeiro-ministro em 2020 e mostrou vontade de melhorar as relações com os parceiros da União Europeia. Salvini acredita que o seu retorno está próximo, enquanto a nova coligação luta para chegar a um acordo sobre questões políticas cruciais e reiniciar a economia estagnada do país.

“Estou a utilizar esse tempo para forjar novas alianças e expandir a minha rede“, disse Salvini ao jornal italiano Libero, numa entrevista publicada na segunda-feira. “O novo governo de Conte já durou muito. Conheci empresários, operários, jovens, imigrantes também. Eles estão fartos deles”, disse Salvini.

“Quero fazer parte de uma frente internacional que inclui Donald Trump, que será reeleito, Boris Johnson, Jair Bolsonaro e Benjamin Netanyahu. Estes são todos os líderes que a esquerda criminaliza, mas todos têm sido esmagadoramente apoiados pelo povo”, acrescentou.

ZAP //

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