Salário base, Segurança Social, seguro, subsídio de refeição, custos extra: há muitas contas a fazer para o empregador.
A subida do salário mínimo nacional é um dos assuntos mais debatidos na campanha eleitoral rumo às legislativas de Março.
Muito se fala nos 1.000 euros. PS e PSD querem esse valor até 2028, Chega em 2026 mas a CDU encurta: quer mínimo de 1.000 euros para todos já em Maio deste ano.
Mas quanto é que isso custa para o outro lado, para a empresa? Subir de 820 euros (salário mínimo actual) para 1.000 euros é subir 180 euros, para as empresas? Nem por isso.
Auxiliados pela Factorial, verificamos que há muitas contas que o empregador tem de fazer quando olha para o salário de cada trabalhador.
O primeiro ponto é o mais óbvio: salário base. Mas é preciso multiplicar por 14 meses (subsídios de férias e Natal) e, depois sim, dividir por 12. Ou seja, um salário base de 1.000 euros transforma-se em 1.166,7 euros.
Depois entra a Taxa Social Única, o pagamento da Segurança Social. A taxa é 34,75% e a maioria é paga pela empresa (23,75%), enquanto o trabalhador contribui com 11% do valor. Voltando ao salário líquido de 1.000 euros para um trabalhador, a empresa já está a gastar 1.443,75 euros agora.
Também há seguro de acidentes de trabalho, que é obrigatório. O custo costuma rondar 1% dos rendimentos globais. Vamos em 1.455,42 euros para a empresa.
Pode entrar também o subsídio de refeição – este não é obrigatório. Numa mensalidade de 7,63 euros (o máximo para evitar descontos), e multiplicando por 21 dias úteis, passamos para 1.602,3 euros.
Ou seja, quando o trabalhador leva para casa 1.000 euros, a empresa está a gastar mais 602,3 euros.
Voltando ao início do artigo, se um salário sobe de 820 euros para 1.000 euros, para o empregador esse salário passaria de 1.314 euros para 1.602,3 euros.
Ou seja, para a empresa a subida não é de 180 euros mas sim de aproximadamente 288 euros.
E aqui não estão incluídos possíveis custos extra: formação profissional, seguro de saúde ou fundos de compensação ou garantia.