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Caitlin Clark mudou a WNBA – e recebe menos do que um operador logístico

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Uma das atletas mais conhecidas no planeta recebe “apenas” 69 mil por ano. Mas há dois entraves que fazem a diferença.

Para quem tem estado desligado do basquetebol feminino, fica o resumo: Caitlin Clark é a melhor jogadora de basquetebol e transformou a WNBA.

O principal campeonato feminino de basquetebol nos EUA – e no planeta – passou a vender mais bilhetes, os patrocinadores aproximaram-se, há mais gente a ver jogos pela televisão (e nota-se uma queda nas audiências quando Caitlin não joga).

O “efeito Caitlin Cark” não produz efeitos no seu salário: recebe pouco mais de 66 mil euros por ano, segundo a Sports Illustrated. Mais um bónus de cerca 2 mil euros por estar nas All-Star, nas “estrelas” do campeonato.

Tudo junto origina um salário anual de quase 69 mil euros por ano. Ou seja, pouco menos de 6 mil euros por mês.

Não é mau. Há muita gente em Portugal que só em sonhos tem esse salário. Mas na NBA masculina há quem receba por mês quase 4 mil…hões de euros (é Stephen Curry, já agora).

O salário da jogadora de 23 anos é comparável, nos EUA, a um operador logístico, por exemplo – que em média tem um salário base mensal de 5 mil euros por mês, mas que ultrapassa os 7 mil euros com determinados bónus e cumprimento de objectivos.

Ou seja, a basquetebolista das Indiana Fever até recebe um pouco menos do que um operador logístico.

As negociações entre jogadoras e direcção da NBA decorrem. Sem terem novidades, algumas das melhores jogadoras apareceram no fim-de-semana All-Star com um aviso nas camisolas: “Paguem-nos o que devem”.

“Deveríamos receber mais. Espero que isso aconteça, já que a WNBA continua a crescer. Essa é provavelmente a nossa prioridade”, disse a própria Caitlin Clark.

Mas há dois entraves

O primeiro é a popularidade da WNBA. Nem se compara à Liga masculina e os resultados financeiros reflectem isso. Aliás, desde que foi criada em 1997, a WNBA nunca chegou ao fim de uma época com lucro. No ano passado, terá registado um prejuízo de 34 milhões de euros. Pode não haver dinheiro para salários mais altos.

O segundo, e talvez o mais evidente, é a diferença para os homens. Os craques masculinos têm recebido cada vez mais e, nesta altura, ficam com cerca de metade das receitas da NBA – as mulheres ficam com 9,3% das receitas totais.

Voltando a Caitlin Clark: não se pense que a jovem tem problemas financeiros – já conseguiu patrocínios com contratos que chegam a milhões de dólares, com diversas empresas.

ZAP //

2 Comments

  1. A diferença é que a CC, por si só, trouxe uma legião de fãs, tanto os que acompanharam o seu trajeto universitário, como aqueles que apenas assistiram ao seu desempenho no seu ano de rookie (tendo sido a Rookie do Ano). Se dúvidas houvesse, a média de assistência nos jogos em que ela participa é mais do triplo do resto da liga. Recente exemplo do “Clark Effect”: quando souberam que estava lesionada e não iria participar no All Star Weekend da WNBA, houve uma quebra de quase 50% na assistência, tendo havido quem preferisse perder mais de metade do valor do bilhete e muitos outros nem quiseram reembolso. É simplesmente única e tem sido tão atacada por colegas da liga, afirmando que é privilegiada por ser branca… Ridículo!!! Está para a WNBA como esteve o MJ em 1985! Talento geracional e um portento de técnica e visão de jogo… Já nem falo no alcance e precisão do meío da rua!!!!

  2. Se calhar até ganha demasiado. Cada jogadora teria de pagar aproximadamente ~ 277 778 $ para cobrir o prejuízo total da WNBA em 2024.

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