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Dieta rica em sal pode provocar demência e outros problemas cerebrais

O consumo excessivo de sal pode causar disfunções cognitivas e até demência, concluiu uma equipa de fisiologistas norte-americanos.

A nova investigação, cujos resultados foram a semana passada publicados na revista científica Nature, foi conduzida em ratos de laboratório, tendo os cientistas detetado problemas cognitivos nos roedores associados a uma dieta alimentar rica em sal.

Os cientistas observaram que as cobaias, após ingerirem uma grande quantidade de sal na comida, apresentavam um memória pior. Os roedores sofreram também uma queda no fluxo sanguíneo para o cérebro, embora os cientistas tenham constado que esta redução não estava diretamente relacionada com problemas cognitivos.

Segundo estimam os cientistas, o cérebro só é afetado quando o fluxo sanguíneo que o órgão recebe é reduzido em metade, situação que não aconteceu como resultado do consumo de sal, mas antes de uma outra substância que prejudica as funções cognitivas.

Trata-se da proteína tau, que se acumula em placas nos vasos sanguíneos dos ratos, deixando-os obstruído, escreve a New Scientist

“Este foi um resultado completamente inesperado”, confessou o cientista nova-iorquino Costantino Iadecola, citado em comunicado pelo National Institutes of Health dos EUA.

“Sabíamos que uma dieta rica em sal produzia sintomas semelhantes à demência em cobaias e achamos que era responsável por reduzir o fluxo sanguíneo no cerebroide. Mas, no fim, não é esse o caso [observado]”, acrescentou.

A mudança na corrente sanguínea cerebral estava relacionada com uma menor produção de óxido nítrico (NO), apontaram os cientistas, dando conta que este composto participa na reação molecular que impede a acumulação da proteína tau nas placas.

E são precisamente estas placas que fazem parte do quadro clínico associado à demência em pessoas. Tal como explica o jornal Público, esta acumulação, que surge nas imagens do tecido cerebral como uns borrões escuros, acontece fora das células e muito antes dos primeiros sinais da doença se manifestarem.

O Alzheimer, a forma mais comum de demência, afeta cada vez mais pessoas, recorda ainda o diário. Em 2015, havia 44 milhões de doentes com a doença. De acordo com a organização Alzheimer’s Disease International, em 2050 o número de pessoas com demências quase triplicará para os 131,5 milhões e a maioria terá Alzheimer.

ZAP //

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