O chefe executivo da Ryanair, Michael O’Leary, afirmou que a empresa beneficiará dos choques económicos que se avizinham.
O CEO disse que a companhia aérea está prestes a ultrapassar a easyJet como a principal transportadora no Reino Unido, após expandir as operações no verão, defendendo ainda que as tarifas aéreas continuarão a aumentar entre 3% a 5% nos próximos anos e que as tarifas mais baixas fazem parte “do passado”.
“A era das tarifas baixas não acabou, mas (…) as tarifas realmente baratas, acabaram durante um par de anos”, indicou durante uma conferência de imprensa em Londres, citado esta quarta-feira pelo Guardian.
Na sua opinião, as companhias aéreas concorrentes serão ainda mais penalizadas caso os clientes decidam apertar os cintos, em consequência do aumento dos preços da energia e da inflação elevada.
“A inflação [que se reflete] nos preços ao consumidor não vai ser nada em comparação com o choque na energia que se avizinha este inverno. A cada recessão ao nível do consumo, cresceremos mais rapidamente”, indicou.
De acordo com o CEO, os clientes optarão por empresas com “tarifas mais baixas, como a Ryanair”, visto que não poderão “dar-se ao luxo de voar na [British Airways] BA ou na Lufthansa”.
“Penso que, em 2023 e 2024, o mercado global não voltará aos níveis de tráfego pré-covid. [Esses níveis] provavelmente ficarão para trás”, comentou.
O’Leary indicou que a Ryanair comprou a maior parte do seu combustível para este ano por 63 dólares (cerca de 63 euros) por barril, o que lhe permitiu manter os custos baixos. A empresa acrescentou 21 novas rotas no Reino Unido para o inverno e contratou mais pilotos, à medida que mais aeronaves Boeing 737 Max são entregues.
A Ryanair visa captar 225 milhões de passageiros em 2026, disse o CEO. A fiabilidade da companhia aérea – que este verão, segundo O’Leary, contou o menor número de cancelamentos entre as principais transportadoras – está a ser recompensada com um crescimento recorde de passageiros.
A empresa é atualmente “uma das muito poucas companhias aéreas na Europa a negociar com os aeroportos” para aumentar a sua capacidade, apontou ainda.