Ginasta de Israel conseguiu um registo inédito em Jogos Olímpicos. Apesar dos constantes pedidos de revisão, nada foi alterado em relação à atribuição de medalhas.
Linoy Ashram colocou o seu nome na lista de destaques dos Jogos Olímpicos, ao vencer a prova de ginástica rítmica.
Desde 1988 esta modalidade foi ganha, sempre, por ginastas do Leste europeu: União Soviética, Ucrânia e Rússia. As russas venciam consecutivamente desde 2000, até que a israelita quebrou esta hegemonia em 2021, em Tóquio.
Uma margem curta mas suficiente: Linoy concluiu as quatro rotações com 107.800 pontos, enquanto a russa Dina Averina acumulou 107.650 pontos e ficou no segundo lugar, à frente de Alina Harnasko, da Bielorrússia.
Esta final foi marcada por vários protestos – os pedidos de revisão da nota atribuída pelos juízes. Com destaque para os quatro protestos das russas (e irmãs gémeas) Dina e Arina Averina.
Na segunda rotação, com bola, surgiu o primeiro protesto em relação aos 28.300 pontos atribuídos a Dina – a pontuação não foi alterada.
Na terceira rotação, massas, o protesto de Arina valeu a pena porque a nota subiu 0.4 pontos para 27.800 pontos (mas Arina ficou fora do pódio na mesma).
Ainda na terceira rotação, novo protesto de Dina, também sem qualquer resultado. Desfecho igual aconteceu na última rotação (fita), na última ginasta, precisamente Dina Averina.
Reações e reformas antecipadas
A multicampeã Dina, que desta vez ficou com a medalha de prata, chorou imenso depois da final. E atirou: “É simplesmente ofensivo e doloroso: hoje houve uma arbitragem injusta“.
Em causa esteve sobretudo, não propriamente as notas dadas às russas, mas a última rotação da nova campeã olímpica. Linoy Ashram deixou cair a fita e mesmo assim segurou o primeiro lugar, devido à vantagem que já tinha.
“É uma vergonha para a ginástica rítmica e para o comité técnico”, disse Irina Viner-Usmanova, selecionadora russa, que admitiu que deverá deixar o cargo nos próximos dias. Arina Averina disse que também pode afastar-se da ginástica rítmica, depois de não ter subido ao pódio no Japão.
Tatiana Tarasova, antiga ginasta, foi mais dura: “Estes juízes são bandidos. A Dina ficou sem a fita. Isto é impossível. É uma vergonha”.
Maria Zakharova acrescentou uma teoria: a russofobia. “Os que começaram a guerra russofóbica contra o nosso desporto não podiam permitir essa vitória. Vimos uma fraude em frente ao mundo inteiro”, declarou a porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros da Rússia.
Quatro dos juízes nesta prova apagaram as suas contas nas redes sociais, depois de terem sido ameaçados.
A falta de vergonha do mundo ocidental não conhece limites. Ou estamos no fim duma civilização por perda de racionalidade. Tenho vergonha pelo meu país fazer parte desta palhaçada.
Completamente de acordo! O “mundo oriental”, pelo contrário, tem tanta vergonha, que as mulheres são obrigadas a tapar a cara com véus e os homens a fazê-lo com a barba. A “civilização” de há 1.500 anos que conseguiram preservar até aos dias de hoje é muito melhor e mais racional!