Tensão entre a Rússia e a Ucrânia e variante Ómicron marcam o último Conselho Europeu de 2021

O Conselho assinala também a estreia de Olaf Scholz nos palcos europeus como novo chanceler alemão. Mais sanções contra os sectores energético e financeiro da Rússia estão em cima da mesa.

Era suposto durar dois dias, mas acabou por se resumir tudo num — ainda sem hora para acabar. O Conselho Europeu desta quinta-feira vai ficar marcado pela tensão entre a Rússia e a Ucrânia, com Kiev a alertar para o aumento do número de tropas russas junto à fronteira, que pode já ultrapassar 92 mil, e com a ameaça do arsenal nuclear de Moscovo como pano de fundo.

Segundo revela o Expresso, o esboço de conclusões da cimeira deixa claro que os 27 membros da União Europeia falam em uníssono quando ameaçam que “qualquer nova agressão militar contra a Ucrânia terá consequências massivas e um custo severo” para a Rússia, numa altura em que parece cada vez mais provável uma escalada militar entre os dois países.

Estes avisos da UE vão ao encontro dos alertas que Olaf Scholz já tinha deixado. O novo chanceler alemão, que já foi Ministro das Finanças e se está a estrear no plano europeu no novo cargo neste Conselho, já tinha prometido que a Rússia pagaria um “preço elevado” no caso de “qualquer violação da integridade territorial” da Ucrânia.

O Presidente ucraniano esteve também na quarta-feira em Bruxelas para participar na Cimeira da Parceria Oriental, tendo-se reunido particularmente com Emmanuel Macron e com Scholz. A Europa une-se assim em apoio a Kiev.

Ursula von der Leyen falou no parlamento europeu numa resposta “sem precedentes” contra a Rússia e não descarta mais sanções para os sectores financeiro e energético, mas mais detalhes ainda não foram dado e o Expresso avança que ainda não há um acordo formal para mais sanções e que este não está nos planos para este Conselho Europeu. Por enquanto, o foco está antes em pressionar Putin.

A situação migratória no leste da Europa e o papel da Bielorrússia também estão em cima da mesa, assim como a pandemia. Recorde-se que o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças alertou para o perigo da variante Ómicron, que pode tornar-se dominante já no início de 2022.

A taxa de vacinação no espaço europeu ainda não chegou aos 70%, pelo que a imunização é uma prioridade. Vai também ser debatida a aquisição conjunta de medicamentos contra a covid-19, tal como foi feita com as vacinas.

Espera-se também que seja aprovada a recomendação da Comissão Europeia de que o certificado de vacinação tenha uma validade de nove meses após a segunda dose, sendo depois exigido um reforço para que este volte a ficar válido. Os preços da energia, as migrações, a defesa e a segurança são outros temas em cima da mesa.

ZAP //

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