Rússia estará quase sem “armas modernas” e terá de usar armamento antigo

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A Rússia estará quase sem “armas modernas” e terá de recorrer a armamento antigo em alternativa, afiançam os serviços secretos britânicos.

Os serviços secretos militares britânicos adiantam que a Rússia já usou quase todos os “mísseis modernos” e que, face às sanções que enfrentam, só poderão recorrer a armamento antigo. A informação é confirmada por jornalistas da BBC na Ucrânia.

A alternativa tem sido a “utilização de mísseis anti-navio, mais pesados e imprecisos”, para atacar alvos terrestres. Segundo os serviços secretos britânicos, citados pelo Diário de Notícias, isto faz com que haja “significativos danos colaterais” e “mais baixas civis”.

“Muito do armamento [moderno] requer importações de tecnologia ocidental”, explica o Ministério da Defesa britânico, realçando o impacto das sanções aplicadas pelo Ocidente a Moscovo.

O jornalista Joe Inwood, da BBC, diz que foram usadas “velhas armas soviéticas”, há algumas semanas, durante o ataque a Odessa. Ainda assim, apesar da falta de armamento moderno, a força da artilharia russa será 10 a 15 vezes superior à da Ucrânia.

Por sua vez, as tropas ucranianas no Donbass estão “quase sem munições” e a precisar “urgentemente de reabastecimentos”. Os apelos à ajuda do Ocidente foram feitos tanto por Vadym Skibitsky, vice-chefe dos serviços secretos militares ucranianos, como por Vitaly Kim, governador da região de Mykolaiv.

A Rússia afirmou hoje ter destruído com mísseis ‘Kalibr’ de longo alcance um grande armazém de sistemas de mísseis antitanque fornecidos a Kiev pelos Estados Unidos e por países europeus na região de Ternopil, no oeste da Ucrânia.

Os mísseis foram lançados do mar sobre a cidade de Chortkiv, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, no seu relatório matinal sobre a guerra.

Segundo o responsável, os ‘Kalibr’ atingiram “um grande armazém de sistemas de mísseis antitanque fornecidos ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e por países europeus, além de sistemas portáteis de mísseis antiaéreos e projéteis de artilharia para sistemas de armas”.

Além disso, de acordo com Konashenkov, durante o último dia foram lançados pelo ar mísseis de alta precisão que atingiram dois postos de comando e 15 áreas de concentração de soldados e equipamentos militares das Forças Armadas da Ucrânia.

Esses mísseis destruíram, segundo a Rússia, um lançador de sistema de mísseis antiaéreos Buk-M1 perto de Barvinkove, na região de Kharkov, e uma estação de radar de controlo do espaço aéreo perto de Sloviansk, na região de Donetsk.

Atingiram ainda um radar para detetar e rastrear alvos do sistema de mísseis antiaéreos S-300 nas proximidades de Krivoy Rog na região de Dnipro, bem como duas baterias de sistemas de mísseis de lançamento múltiplo em dois locais nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Ucrânia mantém controlo sobre Severodonetsk

O exército ucraniano mantém o controlo sobre Severodonetsk apesar do cerco à fábrica Azot, que segundo as autoridades militares no leste da Ucrânia não foi bloqueada pelas tropas russas, disse hoje o chefe da administração militar de Lugansk.

“Azot não está bloqueada. Os combates estão a ocorrer nas ruas próximas ao complexo químico”, disse o chefe da administração militar de Lugansk, Serhii Haidai, citado pelo portal Ukrinform.

Haidai acrescentou que as tropas russas estarão a preparar-se para intensificar os ataques com o objetivo de controlar a cidade ao longo do dia de hoje ou de segunda-feira.

Já a Rússia garante que tomou a fábrica de Azot, onde aparentemente tenta repetir a estratégia seguida até conseguir a queda da siderúrgica Azovstal em Mariupol e, assim, ganhar o controlo da região de Lugansk.

Haihai negou no sábado que Severodotsk tenha caído, enquanto, a parir de Kiev, o Presidente Volodímir Zelenski descreveu o cerco aquela cidade como “brutal” e reiterou os pedidos de ajuda à comunidade internacional.

Zelenski tem vindo a exigir armas pesadas para deter a ofensiva russa no leste do país, onde o armamento se tem revelado escasso.

ZAP // Lusa

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