O novo jacto é a aposta do governo russo para as exportações e pode vir a ditar o fim da supremacia (aérea e no mercado) do F-35 norte-americano.
A Rússia apresentou o protótipo do novo jacto de combate furtivo Sukhoi “Checkmate” durante o MAKS-2021, Salão do Espaço e Aviação Internacional, em Zhukovsky, na Terça-Feira. O primeiro voo está previsto para 2023.
O novo caça foi desenvolvido pela United Aircraft Corporation (UAC), uma joint venture entre as míticas fabricantes russas Mikoyan-Guervich (MiG) e Sukhoi.
O presidente da Rostec, a empresa estatal de material militar que exporta produtos russos, Sergey Chemezov, e o director geral da UAC , Yury Slyusar, apresentaram o novo jacto a Vladimir Putin.
O comunicado da UAC, citado pela CNN, afirma que o jacto “combina soluções inovadoras e tecnologias” e que tem “visibilidade baixa e uma performance de alto voo“. A empresa espera que as entregas do jacto comecem em 2026.
Já Slyusar reforçou na televisão pública russa que o avião tem um “raio de combate de 1500 quilómetros, maior razão entre o impulso e peso, descolagem e aterragem encurtadas, mais de sete toneladas de carga de combate, que é um recorde absoluto para um avião desta classe”.
O jacto possui um nariz muito pontiagudo, o que é pouco comum, e a entrada do motor debaixo do cockpit. O “Checkmate” carrega artilharia ar-ar e ar-terra, é capaz de levar bombas guiadas ou não guiadas e inclui mísseis ar-ar, ar-terra, e anti-navio, guiados por infravermelhos e radares.
O avião vai ter uma velocidade máxima de 1900 quilómetros por hora e consegue partilhar dados no ar com outros jactos. O “Checkmate” vai ter também uma versão não tripulada, o que abre a possibilidade de apenas um jacto pilotado poder controlar outros não tripulados durante uma batalha.
A UAC e o governo russo parecem estar a apostar bastante na exportação do “Checkmate”, de acordo com o Popular Mechanics, já que os discursos foram em russo, mas as apresentações a descrever o jacto foram em inglês. Putin pode também estar à procura de um parceiro para ajudar no desenvolvimento do avião, tal como a Índia fez inicialmente com o Su-57.
Um vídeo promocional lançado pela Rostec incluiu também pilotos de várias nacionalidades, o que sugere mais uma vez que a Rússia quer apostar na exportação do jacto. De acordo com a ABC, Chemezov estima que o avião vá custar entre 25 e 30 milhões de dólares (entre 21 e 25 milhões de euros) e que as forças armadas russas vão fazer encomendas do “Checkmate”.
Dmitry Stefanovich, investigador no Centro de Segurança Internacional em Moscovo, conta à CNN que o novo jacto vai trazer muitas mudanças ao mercado. “Há muito tempo que a Rússia não mostrava jactos de apenas um motor”, refere, realçando que acredita que países como a Argentina, os Emirados Árabes Unidos ou Índia podem ser dos primeiros interessados em adquirir os aviões.
Putin elogiu a indústria da aviação russa no discurso de abertura do evento: “O que vemos hoje em Zhukovsky mostra claramente que a aviação russa tem um grande potencial de desenvolvimento, e a nossa indústria continua a criar aviões competitivos”.
O “Checkmate” foi feito para lutar taco a taco com o jacto de ataque conjunto F-35, dos EUA, tanto nos céus como no mercado das exportações. De acordo com o Popular Mechanics, ainda é cedo para se saber se este novo jacto vai acabar com o mercado do F-35, mas se a UAC conseguir manter os custos baixos e cumprir as metas do desenvolvimento a tempo, as vendas do F-35 podem ser afectadas.
A loucura humana sempre a pensar em se armar cada vez mais e curioso é verificar o negócio por de trás de tudo isto, quantas vezes já morreram soldados vítimas de armas fabricadas pelo seu país, mas nas mãos do inimigo.
Se Portugal fosse um país independente e não um vassalo dos EUA, este seria o avião que escolheríamos para substituir os F-16. Assim como escolheríamos as fragatas ligeiras da classe Almirante Gorshkov, a construir em estaleiros portugueses, para cumprir adequadamente as missões que a dimensão das nossas águas territoriais exigem. Tudo a um preço muito inferior ao que nos é exigido pelos nossos patrões americanos pela sua sucata. Mas não vale a pena sonhar. Somos vassalos e os vassalos comem e calam.
Só para esclarecer alguma ignorancia. As fragatas da Marinha portuguesa não são de fabrico americano, mas sim alemão, e incoporam alguma tecnologia portuguesa, e os helio são de fabrico britanico.
Mario Silva Coronel Piloto Aviador Ref