O Estado russo assumiu o controlo dos ativos russos da Danone e da Carlsberg, uma ação que põe em evidência os riscos que correm as empresas estrangeiras que continuam a operar no país.
A Rússia assumiu o controlo dos ativos russos da Danone e da Carlsberg. Tanto o grupo francês como o grupo dinamarquês tinham anunciado a intenção de abandonar o mercado russo após a ofensiva na Ucrânia.
De acordo com o decreto assinado por Vladimir Putin, tornado publico no domingo, 98,56% das ações da cervejeira russa Baltika, propriedade da Carlsberg, e dezenas de milhares de ações da Danone foram colocadas “temporariamente” sob o controlo do Estado russo.
O decreto especifica que 83.292.493.000 ações da “Danone Russia”, propriedade do grupo Produits Laitiers Frais Est Europe, foram colocadas sob o controlo do Estado russo, juntamente com 85.000 outras ações pertencentes ao grupo “Danone Trade”.
Segundo a CNN, esta decisão surge na sequência de um decreto assinado por Putin, em abril, que permite ao Governo russo colocar os ativos estrangeiros no país sob controlo temporário caso os ativos russos no estrangeiro sejam apreendidos ou ameaçados.
Na altura, o Governo russo assumiu o controlo de empresas de serviços públicos pertencentes à empresa alemã de energia Uniper e à finlandesa Fortum Oyj.
A mais recente decisão de Putin pode aumentar a pressão sobre as empresas ocidentais – que já são objeto de críticas por permanecerem na Rússia – para que abandonem o país.
Após a invasão da Ucrânia, no ano passado, mais de mil empresas saíram da Rússia, ainda que empresas como a Heineken, a Nestlé, a Unilever e a Mondelez tenham mantido a sua presença no país. O cenário pode mudar após a mais recente decisão de Vladimir Putin.
A Carlsberg fez saber, em comunicado, que encarava este desenvolvimento como “inesperado” e que as perspetivas de venda da Baltika Breweries eram agora “altamente incertas“. A empresa dinamarquesa tinha chegado a acordo no final do mês passado para vender a empresa, sujeito a aprovações regulamentares.
Em meados de outubro, a Danone também anunciou a sua intenção de se retirar da maior parte das suas atividades na Rússia, num negócio que pode resultar num impacto de mil milhões de euros. A empresa adiantou, em comunicado tornado público no domingo, que está “a investigar a situação” e que não espera que tal decisão afete a sua orientação anterior sobre os lucros deste ano.
“A Danone está a preparar-se para tomar todas as medidas necessárias para proteger os seus direitos como acionista da Danone Rússia e a continuidade das operações da empresa no interesse de todas as partes interessadas, em particular dos seus empregados”, lê-se no documento.
Tiveram tempo para se retirar. Ainda há outros como o Ikea e Aucham que se mantêm porque colaboram com o exército russo, o lucro fala mais alto.
Boicotem o IKEA e o aucham.