Rui Pinto, o “hacker” que revelou práticas suspeitas do Benfica, através da violação de correspondência, poderá ter espiado também a segurança do Estado português.
A notícia é avançada pela revista Sábado. O Ministério Público e a Polícia Judiciária terão encontrado indícios de que o pirata informático terá conseguido aceder às caixas de correio eletrónico de vários procuradores, da antiga procuradora-geral Distrital de Lisboa Maria José Morgado, de Amadeu Guerra, então diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, e de elementos do Ministério da Administração Interna, com o objetivo de obter informações sobre o inquérito de que é alvo.
De acordo com a revista Sábado, as suspeitas da PJ e do Ministério Público resultaram da análise de discos externos e computadores apreendidos na Hungria, aquando da detenção do “hacker” de Vila Nova de Gaia, no âmbito da investigação à intrusão nos sistemas informáticos do Sporting e posterior tentativa extorsão a Nélio Lucas, então CEO da Doyen.
Entre as informações acedidas por Rui Pinto estarão as comunicações entre o ex-diretor do DCIAP e a antiga procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal.
No despacho do DCIAP em que constam as suspeitas, a procuradora Patrícia Barão pediu a declaração de especial complexidade do processo. Se for aceite, o prazo da investigação pode ser prolongado mais 6 meses.
PJ está a usar informação recolhida por Rui Pinto
A Polícia Judiciária (PJ) está a utilizar a informação recolhida pelo hacker Rui Pinto, revelou esta quinta-feira o diretor nacional adjunto deste órgão policial, Carlos Farinha, em entrevista à Rádio Observador. O responsável adiantou também que a informação está a ser usada “de acordo com as regras” e que a PJ “tomou iniciativas”.
“Portugal está a usá-la. Está a usá-la de acordo com as regras que nos regem, com as regras processuais e com as regras penais”, disse Carlos Farinha, quando questionado sobre se seria benéfico para Portugal utilizar a informação recolhida por Rui Pinto, como outros países estão a fazer.
Carlos Farinha adiantou também que além desta utilização, a PJ também tomou iniciativas relativamente aos dados recolhidos. “Para além de a estar a usar, tivemos iniciativas”, afirmou, sem revelar quais. “É evidente que a PJ tomou as iniciativas e seguiu os passos que podia dar e fê-lo com o desafogo e o atrevimento que a situação exigia”.
O diretor nacional adjunto da PJ defendeu ainda que as regras processuais em Portugal são “suficientes” para a informação recolhida pelo pirata informático possa ser utilizada pelas autoridades portuguesas e garantiu que estão a ser “cumpridas”.
Rui Pinto pode ficar detido durante um ano
Rui Pinto pode ficar um ano na prisão a aguardar julgamento. De acordo com a mesma fonte, citada pelo jornal francês Le Monde, o pirata informático viu a prisão preventiva ser prolongada por mais três meses
Detido em Portugal desde 22 de março, o denunciante do “FootballLeaks” pode ficar na cadeia durante um ano a aguardar julgamento, uma vez que, de acordo com o mesmo jornal, a justiça portuguesa considera que este se trata de um caso complexo.
Francisco Teixeira da Mota, advogado do hacker, disse ao jornal não haver “motivos legais para manter Rui Pinto na prisão”, referindo que o pirata informático que ainda não foi ouvido pelos tribunais portugueses desde a sua primeira audiência em março.
Rui Pinto, de 30 anos, está indiciado pela prática de dois crimes de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa coletiva e outro de extorsão qualificada na forma tentada crimes. O pirata informático encontra-se em prisão preventiva, depois de ter sido extraditado para Portugal, após a sua detenção na Hungria, a 16 de janeiro.
O colaborador do Football Leaks terá entrado, em setembro de 2015, no sistema informático da Doyen Sports, com sede em Malta, e é também suspeito de aceder ao endereço de correio eletrónico de membros do Conselho de Administração e do departamento jurídico do Sporting e ao sistema informático da SAD leonina.
O crime de tentativa de extorsão diz respeito ao episódio em que Rui Pinto tentou, alegadamente, extorquir entre 500 mil e um milhão de euros à Doyen, com a intermediação do seu advogado à data, Aníbal Pinto, que já foi constituído arguido neste processo.
Com o hacker, veio também para Portugal todo o material informático apreendido no âmbito do processo, na Hungria: computadores, discos externos e telemóveis. As autoridades francesas chegaram a fazer uma cópia destes discos rígidos por receio de que fossem destruídos, em Portugal.
No final de março, apesar de colaborar com as autoridades francesas, o pirata informático continuaria a recusar colaborar com as autoridades portuguesas.
Criminoso, está bem onde está!
É assim…
onde pára a eurodeputada ana gomes?
será que ainda continua a defende-lo?
ainda nao a ouvimos dizer nada sobre isto, mas sobre o futebol foi logo uma das primeiras a elogiar o rui pinto