Rudy Giuliani, ex-advogado de Trump, acusado de abuso sexual

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Rudy Giuliani

Uma antiga funcionária está a processar o ex-presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudy Giuliani, alegando que este a assediou sexualmente enquanto ela trabalhava na sua empresa e depois ameaçou despedi-la, fazendo menção à sua proximidade com o antigo Presidente Donald Trump.

Na queixa apresentada, onde pede uma indemnização de 3,1 milhões de dólares, Noelle Dunphy classificou Giuliani como um “predador sexual sexista e abusador”. Ao Daily Beast, o antigo advogado de Trump negou “categoricamente todas as alegações desta queixa frívola”.

Em declarações ao Independent, Noelle Dunphy disse ter-se encontrado com Giuliani por acidente em 2016, enquanto esperava para uma reunião com um negociante de arte no lobby da Trump Tower. Segundo o relato, o advogado ofereceu-lhe emprego, entregou-lhe um cartão de visita e pediu-lhe que ligasse para almoçar.

A mulher contou que, inicialmente, não estava disposta a aceitar a oferta de Giuliani devido ao seu papel na campanha Trump, mas três anos mais tarde ele voltou a contactá-la e fez-lhe outra porposta.

“Ele fez-me realmente uma oferta que eu não podia recusar”, incluindo um “salário elevado”. Noelle Dunphy disse que a sua relação com o Giuliani rapidamente se tornou pessoal.

“Rapidamente percebi que me contratou não só para fazer negócios, também queria que eu o beijasse. Eu não queria fazer mais nada além de beijar, mas depois ele queria que eu dormisse no seu quarto de hóspedes, o que achei muito estranho. Disse-me que muitos dos seus funcionários dormiam” lá, avançou a mulher.

Apesar de ter inicialmente ter recusado, começou a dormir no quarto de hóspedes em Nova Iorque – na altura vivia na Florida – e isso levou a uma “relação sexual, íntima e romântica” com o antigo presidente da câmara.

Noelle Dunphy disse que queria acabar com a relação mas encontrava-se numa posição difícil, sabendo que ao fazê-lo provavelmente ficaria sem o emprego.

A mulher disse que começou a trabalhar com Giuliani no início de 2019 e durante esse período o antigo presidente da câmara fez frequentes comentários racistas e antissemitas, normalmente quando estava embriagado.

O alegado abuso de álcool por parte do advogado, continuou, era o resultado do seu divórcio em curso e de numerosas controvérsias políticas e jurídicas. Segundo a queixa apresentada, Giuliani assediou-a sexualmente e pediu-lhe favores sexuais até ser despedida, sem uma compensação substancial, em 2021.

Após o seu despedimento, afirma que Giuliani exigiu que ficasse em silêncio sobre a sua alegada relação.

“Nestes momentos, Giuliani ameaçou [Noelle Dunphy] com mais retaliações se ela não ficasse calada, afirmando que os seus investigadores privados e ligações políticas ao Presidente Trump lhe permitiam retaliar de outras formas, expressas e implícitas”, pode ler-se na queixa apresentada, citada pelo Independent.

Ao Daily Beast, Noelle Dunphy afirmou que ela e Giuliani estiveram envolvidos numa relação romântica durante o tempo em que esteve ao serviço dele. “Começou com Rudy como meu chefe e advogado e mais tarde tornou-se [numa relação] romântica”, disse, classificando-o como um “abusador manipulador”.

A mesma indicou igualmente que “procura justiça contra um homem poderoso e aterrador” e que “não pode continuar em silêncio”.

Robert Costello, advogado de Giuliani, disse ao jornal que Noelle Dunphy “nunca trabalhou para nenhuma entidade Giuliani”.

“Estas são alegações caluniosas, redigidas por uma pessoa sem advogado, porque nenhum advogado se associaria a este disparate”, disse ao Daily Beast. “Infelizmente, quando se é uma figura pública, torna-se um alvo para estes predadores. Qualquer diligência rápida revelará que esta pessoa não é verdadeira e qualquer publicação destas mentiras será puramente maliciosa por parte da sua publicação”, frisou.

Noelle Dunphy disse que tem “provas concretas para apresentar em julgamento” e que aguarda “com expectativa” a “responsabilização” de Giuliani “em tribunal”.

“Rudy Giuliani está a ser atacado porque não tem mais nada para oferecer e receia que as provas que tenho sejam colocadas perante um júri. Rudy está a ser chicoteado porque sabe o que eu sei e está assustado com o facto de finalmente o revelar”, acrescentou a mulher.

De acordo com a queixa, Giuliani ofereceu a Noelle Dunphy os seus serviços jurídicos ‘pro bono’ em janeiro de 2019, num processo judicial que envolvia “agressão e abuso que ela sofreu como vítima de violência doméstica”.

Ainda segundo a queixa, “em todos os dias da semana, Giuliani começava a beber pouco depois de acordar e continuava a consumir álcool persistentemente e em excesso, afetando o seu comportamento como o patrão e advogado”.

ZAP //

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