Este é o rosto de Ava, uma mulher da Idade do Bronze que viveu na Escócia há 3800 anos

(dr) Cícero Moraes

Rosto de Ava, a misteriosa escocesa enterrada há 3800 anos

Após analisarem os restos mortais de uma mulher escocesa que morreu há cerca de 3800 anos, os arqueólogos têm agora uma ideia mais clara do seu aspeto físico.

Em 1987, trabalhadores escoceses desenterraram acidentalmente o corpo de uma mulher da Idade do Bronze durante um projeto de construção de uma estrada.

O túmulo de pedra, semelhante a um caixão, continha os restos do esqueleto da mulher juntamente com objetos funerários, incluindo um copo de cerâmica, um fragmento de osso de vaca e pequenos pedaços de sílex.

A descoberta teve tal repercussão que o lugar, no norte da Escócia, foi batizado de Achavanich Beaker Burial. No entanto, não se sabe muito sobre a mulher, que os arqueólogos apelidaram de “Ava“, para além do que determinaram através da análise antropológica.

Tinha entre 18 e 25 anos quando faleceu e, com base nas medidas da sua tíbia, era alta, com cerca de 1,71 metros. Segundo o Interesting Engineering, os seus olhos eram castanhos, os cabelos pretos e a sua tez ligeiramente mais escura do que a dos atuais escoceses.

Com base nos objetos encontrados na sua sepultura, é possível que Ava fizesse parte da cultura “Bell Beaker“, muito comum na Europa durante a Idade do Bronze e conhecida pelos seus recipientes de cerâmica redondos usados para beber.

Recentemente, uma equipa de cientistas revelou o possível aspeto físico desta misteriosa mulher. Para fazer a aproximação facial tridimensional, os investigadores utilizaram exames de tomografia computadorizada do crânio de Ava, com cerca de 3800 anos. Uma vez que o crânio não tinha mandíbula, a equipa utilizou dados obtidos a partir de tomografias de indivíduos dadores vivos para compor a imagem final.

“Graças a dados anatómicos, estatísticos e lógicos, foi possível reconstruir” o seu rosto mesmo sem a mandíbula, disse Cícero Moraes, especialista brasileiro em grafismo e autor do artigo científico, em entrevista ao Live Science.

“Tracei o perfil do rosto através de uma combinação de marcadores de espessura de tecidos moles, que informam acerca dos limites da pele”, explicou. A partir daí, a equipa realizou uma “deformação anatómica” do doador virtual, “que é ajustada até que o crânio do doador se converta no crânio de Ava”.

A pele acompanha assim a deformação e o resultado final é um rosto compatível com o indivíduo.

ZAP //

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