Ronaldo aponta a uma mão cheia de novos recordes no “seu” Europeu

António Cotrim/Lusa

Um deles é detido pelo antecessor da camisa ‘7’ portuguesa. Outro pode vir a ser de Pepe. São 20 anos a ‘virar frangos’ no Europeu, agora com cinco novos recordes na mira, mas também cinco para prolongar.

Portugal dá início esta terça-feira, dia 18, à corrida pelo título de campeão europeu, na esperança de ficar um mês na Alemanha — a final joga-se a 14 de julho, em Berlim.

Para Ronaldo, já são 20 anos a ‘virar frangos’ na Europa. Começar bem frente à Chéquia é “essencial”.

“Passo a passo, viver o momento, estar tranquilo e trabalhar bem, acreditar que é possível. Sabemos que é uma competição curta, mas acho que a equipa está bastante preparada”, disse à chegada ao hotel de Marienfeld, depois de a seleção ter sido recebida por uma concentração de 300 motards que escoltaram a equipa nas boas-vindas à Alemanha.

“Sinto-me bem, preparei-me para esta competição. Vamos preparar da melhor forma e começar bem, que é essencial”, disse o capitão da Seleção Nacional.

Se há seis edições do Campeonato Europeu era um “menino de ouro”, hoje o estatuto dourado mantém-se, mas o menino já lá vai. Com 39 anos, o capitão da Seleção Nacional terá no Euro 2024, muito provavelmente, a última chance de vencer novamente a competição e de acrescentar mais cinco recordes à sua longa lista, apesar de ter dito que não os procura.

Recordes na mira

1. O mais velho de sempre a jogar

Este é um recorde garantido para Cristiano Ronaldo: basta pisar o relvado dentro das quatro linhas nesta edição para se tornar o mais velho de sempre a jogar no Campeonato da Europa.

Com 39 anos e 134 dias de idade, o capitão português destrona esta terça-feira a lenda da Alemanha Lothar Matthäus, que curiosamente se tornou o mais velho a disputar um jogo do Europeu frente a Portugal, no Euro 2000, com 39 anos e 91 dias de idade.

Se Portugal conseguir chegar à final, Ronaldo será também, claro está, o mais velho a disputar uma final do Euro.

Mas atenção: se o seu amigo de longa data, Pepe, entrar em campo pelas cinco quinas, torna-se, ele sim, o mais velho a disputar um campeonato da Europa, com 41 anos de idade.

2. O mais velho de sempre a marcar

Este não é um recorde propriamente garantido mas, tendo em conta o histórico do veterano, vai quase de certeza ser alcançado.

Se — ou quando — fizer gosto ao pé no Euro 2024, Ronaldo superará o austríaco Ivica Vastic, que marcou aos 38 anos e 257 dias no Euro 2008.

3. Mais assistências na história da competição

Basta um passe do “menino de ouro” para golo para igualar o jogador com mais assistências na história da competição.

Ronaldo tem atualmente sete assistências em Campeonatos Europeus e, se assistir frente à Chéquia, iguala precisamente um checo, Karel Poborský, na marca de passes para golo. A lenda da Chéquia, o mais internacional de sempre do seu país, tem oito assistências na contagem pessoal, só mais uma do que Cristiano.

Se Ronaldo fizer duas assistências neste Europeu, soma mais um recorde à sua recheada carreira.

4. Recorde dividido com Pepe…

Uma quarta presença entre os nomeados para o onze inicial oficial do torneio daria a Ronaldo o recorde de mais presenças nas nomeações para melhor onze do Euro — mas o madeirense não está sozinho na corrida.

Com 41 anos, Pepe também pode bater esse recorde, depois de marcar presença na linha defensiva da equipa do torneio em 2008 (com a lenda do Barcelona Carles Puyol), 2012 (ao lado do espanhol Sergio Ramos, seu colega no Real Madrid) e em 2016 (ao lado do alemão Jérôme Boateng).

Só outro português conseguiu uma nomeação: Fábio Coentrão, em 2012, ano em que foi criada a seleção dos onze melhores.

5. … e um detido por Luís Figo

Este é um recorde que poucos falam e que é até hoje detido por uma lenda do futebol português, bola de ouro e número 7 da Seleção Nacional… não é Ronaldo.

Luís Figo é ainda o jogador com mais oportunidades criadas em campeonatos da Europa até hoje, com 42 na sua conta pessoal.

Só falta a Ronaldo criar uma oportunidade para bater este recorde — tem atualmente 41 chances criadas em Euros. Atrás vem o seu ex-companheiro de equipa, o alemão Mesut Ozil, com 40, seguido de Karel Poborský (39) e a lenda gaulesa Zinedine Zidane (38).

Outra mão cheia de recordes para aumentar

Além destes cinco novos recordes na mira, CR7 pode ainda bater alguns dos seus próprios recordes.

1. Mais participações

Desde 2004 a 2024: são vinte anos de Europeu, divididos por seis edições (2004, 2008, 2012, 2016, 2021 e agora 2024). É também quem mais participações consecutivas tem no Euro.

4. Mais golos

Se já lidera a lista de melhores marcadores no Euro, com 14 tentos (dois em 2004, um em 2008, três em 2012 e 2016 e cinco em 2021), Cristiano Ronaldo pode estender este recorde e até atingir a tão desejada marca nunca antes atingida dos 900 golos.

Com 895 golos como sénior, Ronaldo, o melhor marcador de sempre da história do futebol, está a apenas cinco da marca dos 900 golos.

O capitão português é também quem tem mais participações em golos (20) em Campeonatos da Europa.

3. Mais edições a marcar

Já marcou em cinco e pode agora, na 17.ª edição, ampliar para seis o número de edições em que fez abanar as redes da baliza adversária.

4. Mais jogos

Com 25 jogos disputados, Ronaldo é o jogador com mais presenças de sempre em jogos da competição. É também quem tem mais jogos como capitão e mais minutos jogados (2153) no Euro.

Ronaldo pode ainda, caso Portugal vença esta edição, tornar-se o segundo capitão a ganhar dois euros, igualando o ex-FC Porto, Iker Casillas, que venceu em 2008 e 2012 com a Espanha.

5. Mais vitórias

Ronaldo entrou 25 vezes em campo. Dessas, venceu metade (12 vezes), o que o torna o jogador com mais vitórias na competição.

Portugal estreia-se esta terça-feira na disputa pelo Grupo F frente à Chéquia, pelas 20h00, em Leipzig, com a carne toda no assador: todos os 26 convocados estão aptos para ir a jogo.

No próximo sábado, 22, tem encontro marcado frente à Turquia pelas 17h00, em Dortmund. Geórgia é o último adversário das cinco quinas na fase de grupos, no dia 26, em Gelsenkirchen.

Tomás Guimarães, ZAP //

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