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São gigantes, mutáveis e misteriosas — intrigam os cientistas desde os anos 70. Agora, o segredo está finalmente revelado, e é mais simples do que pensávamos.
As estranhas riscas escuras e claras que cobrem as encostas perto de Olympus Mons, em Marte, intrigam os cientistas desde a década de 70, quando foram reveladas pelas sondas Viking da NASA. O mais intrigante é que aparecerem e desaparecerem sem aviso — permanecem depois por tempo indeterminado, desde meses até anos.
São gigantes, com centenas de metros, mudam de brilho e cor com as estações do ano e aparecem nas encostas de ambos os hemisférios de Marte. Uma teoria com muitos anos sugere que foram criadas por fluxos de água salgada, ou salmoura. No entanto, uma equipa de cientistas provou agora que isso não é verdade.
O novo estudo publicado em maio na revista Nature sugere sim que estas riscas são provocadas por avalanches de poeira seca desencadeadas pelo vento, impactos ou deslocação de rochas.
Os investigadores utilizaram um algoritmo de aprendizagem automática para analisar e catalogar estrias de declive em mais de 86.000 imagens de satélite da Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA, explica a SciTechDaily.
Os cientistas combinaram várias décadas de dados orbitais e o poder neural da aprendizagem profunda para produzir um mapa global com quase 500.000 caraterísticas de estrias em Marte.
Vários fatores podem desencadear o processo de deslizamento de poeira fina, concluíram os investigadores. A queda de rochas, impactos de pequenos meteoróides ou rajadas de vento que provocam ondas de choque e sacodem a poeira são opções.
A sonda ExoMars Trace Gas Orbiter da ESA continua a fazer imagens de Marte a partir de órbita para compreender o seu passado antigo e potencial habitabilidade., mas uma das grandes apostas de vários cientistas no que à existência de água diz respeito caiu (literalmente) por terra.