Rio não responde a críticas de adversário. “Estou na Croácia, não estou no Montenegro”

Manuel Fernando Araújo / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio

O presidente do PSD seguiu a regra de não falar de política interna fora do país e só abriu uma exceção para falar da manifestação dos polícias.

Depois do discurso que tinha feito no Congresso do PPE, em Zagreb, Luís Montenegro atacou o líder do PSD. “Não entro nisso, nem pensar“, disse aos jornalistas à saída do evento.

Rui Rio recusou entrar numa troca de acusações: “Não merece [nenhum comentário]. Estou na Croácia, não estou no Montenegro, nem na Macedónia, nem na Sérvia, estou na Croácia“.

A exceção de Rui Rio sobre o panorama nacional foi, de acordo com o Observador, para falar da manifestação de polícias que decorreu esta quinta-feira em frente à Assembleia da República. O líder do PSD entende “totalmente que as forças de segurança não estejam contentes, tranquilas e satisfeitas com a evolução que tem havido, por responsabilidade do governo e por responsabilidade, muitas vezes, dos tribunais”.

Rio disse compreender o “desagrado” e, “no limite”, a manifestação de desagrado. Porém, avisu que considera inaceitável abusos por parte dos manifestantes. “O que eu não compreenderei de certeza absoluta é se nesta manifestação voltarem a aparecer casos como já tivemos no passado, seja naquela cena de tentar subir a escadaria da Assembleia, seja já há muitos mais anos atrás naquele famoso confronto de secos e molhados”.

Para o presidente do PSD, a “manifestação” tem de ser pacífica, pois não entende que “jamais se volte a dar uma imagem de polícias contra polícias. Isso não posso aceitar. E isso está do lado dos polícias que se estão a manifestar e não dos outros que estão em serviço”. O líder da oposição apelou a que os manifestantes fizessem o protesto da “forma mais ordeira possível, porque só assim conseguem ter ganho de causa e razão. Caso contrário, perdem completamente a razão.”

O presidente do PSD falou ainda do encontro bilateral que teve com o líder do PP espanhol, Pablo Casado, ao confessar que tinha “particular interesse em perceber como pode evoluir a situação em Espanha, mas isso não fiquei com o interesse resolvido, na exata medida em que não há uma noção exata da forma como as coisas vão evoluir em Espanha”.

O homólogo, de acordo com Rio, concorda que, em Portugal, não existe a mesma fragmentação do país vizinho. “Em Espanha reconhecem que, em Portugal, apesar de tudo o xadrez partidário é mais estável”, concluiu.

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