Revista francesa admite que Portugal recuperou a nível financeiro, mas refere um “pesado custo social” e diversas crises.
Portugal, o outro lado do “milagre económico”: “Muitos cidadãos sentem-se desvalorizados”.
É assim que começa o artigo da Le Nouvel Obs, a revista francesa que dá destaque à situação financeira e social em Portugal.
A reportagem serve para destacar a recuperação “espectacular” das finanças públicas em Portugal. E até questiona se o modelo deve ser replicado em França.
Mas logo a seguir que esta recuperação financeira só foi possível graças a um “pesado custo social”.
O artigo dá exemplos de portugueses que sofrem com a crise na habitação, na educação, na saúde.
Sofia Fernandes, investigadora no Centro de Informação Europeia Jacques Delors, aponta: “Muitos cidadãos sentem-se desvalorizados, principalmente devido a problemas significativos de acesso à habitação, saúde e educação”.
O turismo também é uma causa da “terrível inflação imobiliária” em Portugal, que “expulsa a população local”, lê-se. Os preços das casas e o alojamento local são assuntos destacados.
Outro motivo de frustração é a “crise aguda” no Serviço Nacional de Saúde. Aqui dá-se a voz a Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos, que acha que a situação “deteriorou-se gradualmente” ao longo dos últimos anos.
A educação é uma “mancha negra” em Portugal. Há um “empobrecimento do ensino público”. Pedro Barreiros, secretário-geral da Federação Nacional de Educação, lembra o tempo de serviço dos professores que está congelado e critica o sistema de avaliação “opaco”.
Um responsável pelas contas públicas em França, Thomas Cazenave, comentou: “Portugal é um exemplo que olhamos mas com moderação, porque a sua recuperação económica não tem sido boa para os seus serviços públicos…”.
Há contestação de médicos, enfermeiros, professores e polícias.
E todo este cenário, acrescenta a Le Nouvel Obs, serve para fazer subir o “Trump português” – André Ventura, que consegue atrair quem está desiludido com a política.
O titulo até demonstrva algum interesse, com a afirmação “…..O Trump português” ficou bem patente a ideologia política do artigo descredibilizando-o
Agora que a direita está no poder, de repente já não são tudo flores e unicórnios…e progressivamente irá tudo “ficar tão mal” que a culpa acabará por inevitavelmente por recair sobre a sádica direita. Mais do mesmo, o ciclo repete-se até à exaustão.
Antonio Costa o pior ptimeiro-ministro do pós 25 Abril, que deixa um legado devastador.
O milagre económico? Gozam mesmo com a cara das pessoas.
Milagre só se for o da sobrevivência…
Ocupei cargo de topo em Inglaterra (Banda 8B) no Serviço de saúde de lá, e não consigo entrar para o nível base da minha carreira no SNS. Depois admirem-se.
Podemos falar, na França os problemas são iguais exceto que não temos “milagre económico”…
O dito “milagre económico” não foi mais do que um mix de medidas liberais (destruir os serviços públicos) porque privatizar já não havia quase nada para fazer. Associado à continua desregulação de tudo e todos.
Mais a ajuda massiva e descontrolada da indústria turística com as consequências que todo o mundo conhece e levou ao engano de muitos “inocentes empresários” que investiram tudo o que tinham e não tinham para o modelo Airbnb, alguns já completamente falidos.
Uma férrea e encapotada austeridade traduzida em impostos massivos sobre o trabalho (normalmente sobre os que não podem fugir) e por fim continuação de baixos salários porque temos que ser competitivos (pergunto-me muitas vezes com quem, já que a nível estatísticos, já estamos quase sempre no fundo da tabela a tudo).
Isto tudo não passa do mesmo bolo com a mesma receita só com umas pitadas de sal a mais ou a menos na mistura dos mesmos ingredientes que já se estudava nas cartilhas da universidade de economia à mais de 45 anos.
Enfim nada muda, o embrulho é que é cada vez mais “bonito”…
É complicado querer falar de economia sem ser economista ou pelo menos ter conhecimentos mínimos de economia. Depois dá nisto. Um chorradilho de disparates. Calado, o Eu! tinha estado melhor.