Depois de 20 anos de investigação foi finalmente revelado o mistério do Bigfoot, o enorme fóssil de uma pata animal encontrado nos Estados Unidos. Os cientistas confirmam agora que se tratava mesmo de um dinossauro.
Todos os anos, centenas de turistas visita a região do Monte Rushmore, em Keystone, no Estado de Dakota do Sul, no EUA, onde estão gigantescas esculturas das faces de antigos presidentes norte-americanos – George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln.
No entanto, poucos são os que imaginam que essa região, há cerca de 150 milhões de anos, era o habitat de enormes dinossauros que, por coincidência, mediam o mesmo que as esculturas posteriormente criadas – entre 15 e 21 metros de altura.
Em 1998 foi descoberto nessa mesma região o Bigfoot, o maior fóssil de uma pata animal até agora encontrado. Vinte anos depois, a descoberta é finalmente comprovada: o fóssil encontrado – com cerca de 1 metro de comprimento por 1 de largura – pertencia realmente a um dinossauro.
O dinossauro em causa, um dos maiores que pisou a Terra, pertencia a um braquiossauro, um género do grupo dos saurópodes que viveu no final do período Jurássico – tinha cerca de 20 metros de altura, 25 metros de comprimento e pesava cerca de 50 toneladas.
A descoberta
Há 20 anos, o paleontólogo Anthony Maltese e sua equipa, da Universidade do Kansas, escavaram região à procura de vestígios de camarasaurus, um dinossauro menor com metade do tamanho do braquiossauro.
“Quando descobrimos estes ossos, ficou imediatamente claro que eram muito grandes para pertencer a qualquer dinossauro identificado até então naquele local. Então deviam pertencer a uma espécie diferente“, recorda-se o investigador em declarações à BBC.
O material recolhido foi depois para a análise. Todos os vestígios passaram por scanners 3D e diversos softwares, com o objetivo de comparar as características do Bigfoot com as de outros exemplares de dinossauros já conhecidos.
E, tal como explica o artigo publicado esta terça-feira no The Journal of Life and Environmental Sciences, não restam mais dúvidas: trata-se efetivamente de uma pata de braquiossauro.
“Os sedimentos da região são derivados de terra, eliminando, portanto, a hipótese de quaisquer criaturas marinhas gigantes”, explica o cientista, acrescentando que “ao analisar as formas dos ossos, foram capazes de determinar que se trata de um braquiossauro.”
Maltese, que atualmente integra o Rocky Mountain Dinosaur Resource Center em Woodland Park, Colorado, acredita que os afloramentos rochosos onde foi encontrada a pata contêm muitos outros “fantásticos esqueletos de dinossauros”, esperando conseguir fazer mais estudos naquela região.
Os braquiossauros passavam a maior parte do dia a comer folhas. E, recorrendo a modelos reconstituídos a partir de ossos, calcula-se que o animal fosse capaz de correr a 20 quilómetros por hora. Acredita-se ainda que o dinossauro ingerisse cerca de 2 toneladas de plantas por dia.
O braquiossauro ficou popularmente conhecido pela sua aparição no filme Jurassic Park – o Parque dos Dinossauros, de 1993. No entanto, e de acordo com relatos de cientistas, a cena em que o gigantesco animal se apoia apenas sobre as suas patas traseiras seria altamente improvável, uma vez que as suas patas traseiras eram mais curtas que as dianteiras.
ZAP // BBC