Arqueólogos descobriram os restos mortais de um homem que foi morto pela erupção do Vesúvio, no ano 79 D.C.
O homem, que os investigadores acreditam que tinha entre 40 a 45 anos, foi morto a poucos passos do mar, na antiga cidade romana de Herculano, enquanto tentava escapar da erupção, pode ler-se no site da agência italiana ANSA.
Tal como refere o site Business Insider, os restos mortais foram descobertos durante trabalhos de escavação em outubro, mas os arqueólogos só divulgaram as primeiras imagens da descoberta na semana passada.
Recorde-se que a erupção do Vesúvio, há quase dois mil anos, destruiu várias das principais cidades romanas daquela época, como Pompeia e Herculano.
Segundo a agência italiana, o homem foi encontrado numa posição deitada e a sua cabeça apontava para trás, na direção do mar. Os restos mortais estavam ainda cercados por madeira carbonizada bastante pesada, incluindo uma viga de telhado que poderá ter esmagado o seu crânio.
Os ossos têm uma cor vermelha brilhante, o que, segundo Francesco Sirano, diretor do Parque Arqueológico de Herculano, é uma “marca das manchas deixadas pelo sangue da vítima”. O arqueólogo explicou que isto foi uma consequência do processo único de combustão causado pelo fluxo de magma, cinzas e gás expelido pelo vulcão.
“Os últimos momentos aqui passados foram instantâneos, mas terríveis”, sublinhou Sirano à agência italiana.
“Era uma da manhã quando o fluxo piroclástico produzido pelo vulcão atingiu a cidade pela primeira vez, com uma temperatura de 300 a 400 graus ou mesmo, segundo alguns estudos, de 500 a 700 graus”, acrescentou.
Este inferno, “no espaço de poucos minutos, engoliu a parte alta da cidade, arrancando os telhados e ceifando homens e animais com um calor que fez com que os seus corpos evaporassem”.
O homem agora encontrado terá visto a morte “cara a cara”, talvez depois de se ter virado para perceber o motivo daquele rugido ensurdecedor atrás de si ou da luz que de repente penetrou na escuridão da noite, notou ainda o arqueólogo (o que poderá explicar a posição da cabeça).
Os restos mortais foram encontrados numa área onde 300 pessoas foram desenterradas em abrigos de pescadores na década de 80, onde provavelmente aguardavam um possível resgate pela frota de Plínio, o Velho.
“Este homem pode ter sido um dos que trabalhou nos resgates, um colega do homem que fazia parte do grupo de Plínio e que foi encontrado nos anos 80 a cerca de 20 metros deste ponto, novamente na praia”, explicou o arqueólogo.
“Ou um dos fugitivos, que saiu do grupo para tentar chegar ao mar com a esperança de embarcar numa das lanchas de resgate”, acrescentou.
Segundo o jornal The Times, o homem carregava uma caixa de madeira com um anel, o que poderia ser o seu bem mais precioso. Alguns especialistas sugerem que, tendo em conta a composição desse objeto, não seria um homem rico.