Restaurantes sobem preços das bebidas para manter os preços da comida

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Usien / Wikimedia

Restaurantes preferem aumentar as margens nas bebidas para não afugentar os clientes. Há casos onde os vinhos são 10 vezes mais caros no restaurante que no preço de aquisição.

Nos primeiros meses do ano, os preços das bebidas em restaurantes aumentaram significativamente, uma tendência que as associações do setor confirmam, justificando-a como uma estratégia comercial para compensar o aumento dos custos alimentares.

A prática, embora legal, tem gerado críticas, especialmente no que toca ao preço do vinho. A ViniPortugal denuncia que há estabelecimentos a vender vinhos a valores até dez vezes superiores ao preço original de aquisição. Segundo a entidade, alguns restaurantes compram vinhos por três ou quatro euros e cobram até 40 euros nas suas cartas, uma prática que deixa o setor vitivinícola perplexo.

Este aumento de preços afeta particularmente bebidas como refrigerantes, sumos e bebidas alcoólicas, uma vez que os restaurantes procuram não aumentar ainda mais os preços dos pratos para não afugentar os clientes.

Daniel Serra, presidente da PRO.VAR – Associação Nacional de Restaurantes, explica que muitos estabelecimentos têm ajustado os seus menus, mas chegaram a um ponto em que os preços dos pratos não podem ser aumentados sem comprometer a procura.

“No ano passado, houve uma atualização das cartas entre 10% e 20%. Este ano, também foram várias vezes atualizadas, mas chegamos a uma altura em que já não é possível, porque não conseguem que o prato seja solicitado”, explica ao JN.

A solução encontrada por alguns passa por aumentar as margens nas bebidas, uma estratégia que visa assegurar a sustentabilidade financeira dos restaurantes sem perder a clientela.

O aumento dos custos dos produtos alimentares, impulsionado pela inflação, é um dos fatores que pressiona o setor da restauração. Ana Jacinto, secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, sublinha que a inflação das matérias-primas do setor foi muito superior à inflação global, o que dificulta a transferência desses aumentos para os consumidores sem comprometer a viabilidade dos negócios. Em Portugal, quase oito mil empresas de restauração encerraram nos últimos cinco anos, resultado de um ambiente económico cada vez mais desafiador.

ZAP //

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2 Comments

  1. Os criminosos da restauração e bebidas continuam a actuar impunemente e não há ninguém que meta mão nisto.
    «…Vou fazer um apelo, como fizemos com os gangues no início de 2019 em que dissemos para pararem de matar pessoas ou não reclamarem do que acontece depois.
    Bem, vou fazer um apelo aos importadores, distribuidores e grossistas de alimentos: parem de abusar do Povo de El Salvador ou não reclamem do que acontece depois. Não estamos a brincar. Espero que os preços caiam amanhã ou haverá problemas…» – Nayib Bukele, Presidente de El Salvador

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