O réptil macho mais pequeno do mundo pode caber-nos na ponta do dedo (mas nem todos os seus órgãos são assim tão minúsculos).
Segundo o site Live Science, trata-se da espécie Brookesia nana, um pequeno camaleão que vive nas florestas tropicais do norte de Madagáscar. Recentemente, cientistas observaram um macho e uma fêmea, mas foram as dimensões do primeiro que surpreenderam a equipa.
Este animal mede cerca de 13,5 milímetros do focinho à cloaca (o orifício usado para excreção e reprodução), sendo o mais pequeno réptil adulto alguma vez descrito. Na verdade, é ainda mais pequeno do que a fêmea, que mede 19,2 milímetros.
“Dado que o plano geral do corpo dos répteis é bastante semelhante ao dos mamíferos e ao dos humanos, é fascinante ver como estes organismos e os seus órgãos podem ficar miniaturizados”, disse ao mesmo site Frank Glaw, herpetologista da Coleção Estatal de Zoologia da Baviera, na Alemanha, e um dos autores do estudo publicado, a 28 de janeiro, na revista científica Scientific Reports.
Porém, nem todos os seus órgãos são assim tão pequenos. Estamos a falar do seu hemipénis, o par de órgãos reprodutivos dos lagartos e das cobras machos que estão geralmente invertidos, isto é, dentro do corpo, até serem necessários para o acasalamento. No caso do B. nana, o hemipénis media 2,5 milímetros quando estava totalmente de fora, o que equivale a cerca de 18,5% do comprimento total do seu corpo.
Surpreendentemente, esta não é uma característica incomum entre os lagartos mais pequenos do mundo, segundo dizem os investigadores. O comprimento genital entre outros camaleões varia de 6,3% a 32,9% do comprimento total do corpo, com uma média de 13,1% entre 52 espécies.
De acordo com Mark Scherz, herpetologista na Univesidade de Potsdam e outro dos autores do estudo, isto poderá estar relacionado com o dimorfismo de tamanho entre machos e fêmeas destas minúsculas espécies de répteis.
No entanto, como existem apenas dois espécimes conhecidos da espécie B. nana, é ainda difícil tirar conclusões concretas sobre esta dinâmica sexual.