Uma equipa de cientistas demonstrou que a reprodução assexuada pode ser bem-sucedida a longo prazo. Os estudos foram feitos com o ácaro Oppiella nova.
Até agora, a sobrevivência de uma espécie animal por um longo período de tempo sem reprodução sexual era considerada altamente improvável – ou até mesmo impossível.
No entanto, uma equipa de zoólogos e biólogos evolucionistas demonstrou o chamado efeito Meselson na espécie antiga do ácaro Oppiella nova.
O efeito Meselson, escreve o Cienciaplus, descreve um traço característico no genoma de um organismo que sugere reprodução puramente assexuada.
De uma forma geral, a sobrevivência das espécies é garantida quando, através do sexo, duas cópias genéticas diferentes se unem criando uma “mistura”.
No entanto, também é possível que espécies de reprodução assexuada, que produzem clones genéticos de si mesmas, introduzam variação genética nos seus genes e, assim, se adaptem ao ambiente durante a evolução – como é o caso da Oppiella nova.
Durante a sua pesquisa, os investigadores recolheram diferentes populações de Oppiella nova e as espécies de Oppiella subpectinata, que estão intimamente relacionadas, mas sexualmente reproduzidas, e sequenciaram e analisaram as suas informações genéticas.
“Isso pode parecer simples, mas, na prática, o efeito Meselson nunca foi demonstrado de forma conclusiva em animais, até agora”, explicou a professora Tanja Schwander, do Departamento de Ecologia e Evolução da Universidade de Lausanne, em comunicado.
A equipa conseguiu demonstrar o efeito Meselson: “Os resultados mostram claramente que a Oppiella nova se reproduz exclusivamente assexuadamente. Quando se trata de entender como a evolução funciona sem sexo, estes ácaros fornecem uma surpresa”, referiu Jens Bast, um dos autores do estudo.
Assim, a equipa descobriu que o antigo ácaro Oppiella nova prosperou durante milhões de anos reproduzindo-se sem sexo.
Os resultados mostram que a sobrevivência de uma espécie sem reprodução sexuada é bastante rara, mas não impossível. A equipa de investigadores irá tentar agora descobrir o que torna esses ácaros tão especiais.
O estudo foi publicado na revista científica PNAS.
Afinal, nada foi descoberto…