Há cada vez mais cabeleireiros a dar a opção aos clientes de tratarem do cabelo em paz e em silêncio. A tendência cresceu com a pandemia.
É muitas vezes visto como o local de eleição para se saber todas as novidades das fofoquices e para se desabafar sobre o que nos atormenta, mas há cada vez mais salões de cabeleireiro a optar pelo silêncio.
Para a relações públicas Odette Barry conheceu a realidade dos salões silenciosos depois de receber um questionário que deixava os novos clientes escolher se queriam falar com as cabeleireiras ou se preferiam o silêncio. Apesar de se assumir como extrovertida, Odette interessou-se pela opção silenciosa.
“Eu gostei de ter a opção de escolher de cada vez que lá ia. Também me deixou mais confortável para trazer o meu computador e trabalhar sem sentir que estava a ser mal-educada”, revela ao The Guardian.
O silêncio também aliviou a culpa que Barry sente quando encara as idas ao salão como uma sessão de terapia e começa a desabafar com a cabeleireira, que não tem de ser só talentosa no seu trabalho, mas também uma “conselheira” para os clientes.
A cabeleireira Ash Boughton também já notou uma tendência crescente entre as clientes que preferem relaxar em vez de tagarelar e considera que a pandemia tornou essencial “a necessidade para experiências mais calmas“.
“As conversas constantes sobre a pandemia tiveram um efeito muito negativo no ambiente do salão e a falta de positividade era cansativa para os clientes e para os funcionários. Algumas pessoas não querem conversar. É o tempo para relaxarem”, afirma. As profissionais também se podem concentrar mais “na sua arte” porque o trabalho requere “precisão e paciência”.
Em muitos casos, nem sequer é preciso um questionário para se perceber o que é que o cliente quer, especialmente quando os clientes já são habituais. “Podem dizer algo que me faz entender que querem sentar-se e trabalhar ou só fechar os olhos e relaxar. Depois da consulta inicial, eu entendo as pistas“, acrescenta Ash Boughton.
O marido de Odette também já teve um corte de cabelo silencioso, mas o simples facto de poder escolher fê-lo querer falar mais. Boughton afirma que este aparente contra-senso é bastante comum.
“É muito interessante que alguns clientes dizem ‘já não tenho nada a dizer, estou a antecipar algum tempo de silêncio’ e depois contam-nos a vida deles toda nos 45 minutos seguintes. Nós ouvimos tudo, mas uma boa cabeleireira mantém tudo em segredo”, remata.
Chatice! Terão que procurar outros locais para descarregar e receber informação atualizada!
A igreja é uma alternativa secular….
Hahahahaaa…
Também achei piada à palavras “fofoca”; nunca vi um português a usar tal palavra…