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Novo relatório atira culpas de queda do voo Rio-Paris AF447 para erro de pilotagem

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Caroline et Louis Volant / Flickr

Equipas de socorro recolhem destroços do voo Air France Rio-Paris AF447

Num documento de 200 páginas entregue à Justiça no dia 24 de setembro, um novo painel de especialistas responsabiliza apenas parcialmente a Airbus e a Air France pela queda do voo Rio-Paris AF447, que a 1 de junho de 2009 causou a morte de 228 pessoas.

As conclusões finais do último relatório forense sobre o acidente foram publicadas pelo jornal Le Parisien esta quinta-feira, e apontam mais uma vez para erros da tripulação, incluindo “acções inadequadas na pilotagem manual perante a perda de controle” da aeronave, que levariam à queda do Airbus A330.

Os peritos colocaram em segundo plano as responsabilidades da transportadora, a francesa Air France, e em particular as da fabricante, a Airbus. Ambas as companhias tinham sido inicialmente indiciadas por “homicídio culposo” no caso, instruído em Paris há quase dez anos.

O cenário geral do acidente é agora conhecido: o elemento que desencadeou o desastre foi a formação de gelo das sondas de velocidade do A330, que resultaram em indicações erradas de velocidade e conduziram, em cascata, a um conjunto de acções que levaram à queda da aeronave.

De entre a conjunção de falhanços técnicos e humanos, este segundo painel de especialistas acredita que “a causa direta do acidente foi a perda de controlo da trajectória de voo da aeronave pela tripulação”.

“Essa perda de controlo resultou de acções inadequadas dos dois co-pilotos no cockpit. O capitão estava ausente e não tinha deixado instruções, enquanto o avião atravessava o Atlântico”, concluem os especialistas.

Nas “causas indirectas”, os especialistas listam inúmeras deficiências passíveis de responsabilidade da empresa Air France, em termos de treino e formação.

Os peritos realçam “a falta de treino da tripulação em pilotagem a alta altitude” e o “insuficiente processamento operacional pela empresa de incidentes de indicações de velocidade incorrectas” para suas tripulações.

Quanto à Airbus, o único ponto citado é “a ambiguidade do procedimento Stall” na documentação do construtor – que foi “validada pela Direcção-Geral de Aviação Civil”, sublinha o relatório.

As conclusões, que tendem a diminuir responsabilidades da Airbus no fatídico acidente de 2009, causaram indignação entre as famílias das vítimas.

“A certificação de um aparelho pela DGAC confere o direito a erros que levam à morte de centenas de pessoas!”, lamenta Sébastien Busy, advogado da Associação Entreajuda e Solidariedade AF447.

“As reacções da tripulação foram adaptadas de tal forma que é como se tudo estivesse a funcionar bem”, diz a presidente da Entreajuda e Solidariedade AF447, Danièle Lamy, que perdeu um filho no acidente.

Lamy recorda que uma primeira perícia judicial, em 2012, não chegou às mesmas conclusões, e exige que as partes civis questionem os especialistas do segundo painel. “Estes dois relatórios contraditórios tornam necessário um debate judicial público. É preciso um processo!”, insiste Danièle Lamy.

ZAP // RFI

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2 Comments

  1. Mas isso já toda a gente sabia!!!
    E ficou bem claro quando se recuperaram as caixas negras e se ouviu tudo o que se passou no cockpit!
    Qualquer pessoa que ouça a gravação percebe logo que a culpa é toda dos pilotos.

  2. Comparem o angulo das listas do tail com uma fotografia do aviao, está aqui mesmo acima no início do video, será que é o mesmo?, a dimensão o angulo das faixas e não existe difração já que está boiando no mar.

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