Esta semana, a presidente moldova foi a Bruxelas pedir o estatuto de país candidato à adesão.
A ministra britânica dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, pretende equipar a Moldova com armamento moderno “do padrão da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] face a um possível ataque da Rússia“. Citando uma entrevista publicada hoje no “The Daily Telégraph”, a agência EFE refere que Truss indicou que essa intenção está a ser analisada dentro da Aliança Atlântica, para que, se forem aceites, os países membros possam fornecer armas de defesa àquela ex-república soviética.
“Gostaria de ver a Moldova equipada segundo os padrões da NATO. É uma conversação que estamos a ter com os nossos aliados”, afirmou a ministra. Segundo Liz Truss, “[o presidente russo Vladimir] Putin deixou claro as suas ambições de criar uma Rússia maior, e o facto de as suas tentativas de tomar Kiev não terem sido bem sucedidas não significa que tenha abandonado essas ambições”, acrescentou.
Tal como a vizinha Ucrânia, a Moldova, situada a sudoeste daquele país, não é membro da NATO e há receios de que possa ser o próximo alvo de Putin no seu plano de expansão territorial. A ideia, segundo o jornal, seria preparar a Moldova com equipamentos atuais, para substituir os da época soviética, e treinar as suas forças armadas para a sua utilização, como mecanismo de defesa e dissuasão contra um possível ataque russo.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 86.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa – justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 3.811 civis morreram e 4.278 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.