“Ridículo” mas correcto: “rei dos catalisadores” detido e libertado 8 vezes em 2022

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A nona detenção ocorreu neste sábado, desta vez com prisão preventiva. Associação Sindical dos Profissionais de Polícia reage.

O “rei dos catalisadores” está a ser protagonista no sistema judicial português, em 2022.

Neste sábado Vítor Macedo – nome verdadeiro – foi detido por ter atropelado um ciclista, no Porto, quando conduzia em contramão (num carro roubado).

A sua detenção não é novidade neste ano: Vítor já foi detido oito vezes em 2022. E libertado, sempre.

Aliás, esta detenção devido ao atropelamento de um ciclista decorreu apenas um dia depois de ter sido libertado pela oitava vez.

O homem de 30 anos, que assumiu como modo de vida o roubo de catalisadores de carros, é suspeito de pelo menos 70 assaltos.

Constantemente detido, numa das vezes até apanhado em flagrante delito a roubar um catalisador, Vítor Macedo tem voltado sempre para o exterior, sujeito a apresentações diárias às autoridades.

Em Portugal, a moldura penal dos crimes que costuma cometer não excede os 5 anos – não são sinónimos de prisão efectiva.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia admite que, em tribunal, as decisões têm sido correctas. Mas não está a gostar desta “novela”.

“Este caso tornou-se ridículo. E parece uma desautorização da polícia aos olhos dos cidadãos. Cria na sociedade um erro de percepção ao nível da segurança pública”, lamentou Paulo Santos, no jornal Expresso.

“Não é tanto a mossa que possa causar aos profissionais de polícia, até porque cumpriram bem a sua missão ao deter o indivíduo; é o risco de serviço operacional das polícias sair desacreditado”, continuou o responsável.

Vítor Macedo já foi condenado 17 vezes. Nas 16 anteriores saiu sempre, após a punição com multas ou penas de prisão suspensas – porque os crimes são analisados individualmente, não em conjunto. Isolados, não são suficientes para o deter.

Desta vez, após o atropelamento, o “rei dos catalisadores” foi sujeito à medida de coação mais gravosa: prisão preventiva, indicou o Jornal de Notícias.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

6 Comments

  1. Que palhaçada.
    Os polícias trabalham e presem, chega aos juízes e soltam. Será preciso por as coisas ao contrário? Os juízes a caça-lo e os policias a soltar, ou fazer com que o fulano que roube os catalisadores dos carros dos juízes, a ver se eles fazem justiça.
    Até parece que os juízes lucram com este negócio.

  2. Se o dono de um carro o apanhasse a furtar um catalisador e lhe desse uma boa “coça” de certeza que teria sido preso….
    A nossa putativa justiça preocupa-se mais com o bem-estar dos agressores do que com as vitimas.

  3. Se a justiça não funciona é como se não existisse. E a revolta das pessoas irá crescer até que a justiça seja feita pelas próprias mãos.

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