Senadora aborígene denunciou o que chamou de genocídio dos aborígenes australianos durante a era da colonização britânica da Austrália, numa altura em que Carlos III procura reforçar o apoio à monarquia no país e no estrangeiro.
A senadora aborígene Lidia Thorpe desafiou esta segunda-feira Carlos III, durante a visita do rei britânico ao Parlamento da Austrália, gritando palavras de ordem anticoloniais.
“Devolvam-nos as nossas terras!”, gritou Thorpe, após um discurso do monarca, de 75 anos, perante os deputados, senadores e Governo australianos. A senadora independente denunciou o que chamou de genocídio dos aborígenes australianos durante a era da colonização britânica da Austrália.
Durante a interrupção, a senadora pediu ao monarca: “deem-nos um tratado” — e reforçou: “este não é o seu país”.
Lidia Thorpe is a lunatic and if she ever had power she would be exactly like an Australian Robert Mugabe pic.twitter.com/Gzrof7Exmq
— Drew Pavlou 🇦🇺🇺🇸🇺🇦🇹🇼 (@DrewPavlou) October 21, 2024
“Longo caminho para a reconciliação”
Carlos III destacou o “longo e por vezes difícil caminho para a reconciliação” na Austrália, numa referência aos povos indígenas que têm sido sistematicamente discriminados. “Nas minhas numerosas visitas à Austrália, testemunhei a coragem e a esperança que guiaram o longo e por vezes difícil caminho da nação rumo à reconciliação”, disse o monarca.
Carlos III destacou ainda o multiculturalismo da Austrália, bem como a luta contra a crise climática, cujo impacto afetou o país oceânico com incêndios florestais devastadores.
“A sucessão periódica de acontecimentos sem precedentes é um sinal inequívoco das alterações climáticas, às quais a Austrália é especialmente vulnerável”, afirmou o rei britânico.
Esta é a primeira vez que Carlos visita um dos chamados reinos da Commonwealth, os 14 países fora do Reino Unido onde continua a ser formalmente chefe de Estado.
Republicanismo afasta Carlos III
A visita surge numa altura em que Carlos III procura reforçar o apoio à monarquia no país e no estrangeiro, dois anos depois de ter ascendido ao trono britânico.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, há muito que tem o objetivo de realizar um novo referendo, depois do primeiro realizado em 1999, sobre a rutura dos laços com a monarquia e declarar o país uma república.
No entanto, esses planos foram suspensos depois de os australianos terem rejeitado por esmagadora maioria um plano para conceder maiores direitos políticos aos povos indígenas, num referendo realizado em 2023.
Depois da Austrália, o rei e a rainha Camila visitam a Samoa para a reunião, que se realiza de dois em dois anos dos chefes de Governo da Commonwealth, uma associação voluntária de 56 nações independentes, a maioria das quais tem laços históricos com o Reino Unido.
A liderança da Commonwealth “está segura nas suas mãos”, disse o primeiro-ministro australiano a Carlos III, no parlamento. “Sabemos que o seu compromisso com a paz e a estabilidade servirá de guia durante os tempos difíceis em que nos encontramos”, acrescentou Albanese.
O monarca tem regressado lentamente às funções públicas depois de ter feito uma pausa, na sequência do diagnóstico de cancro no início de fevereiro.
ZAP // Lusa
Ela não parece nativa da Austrália…. Se calhar ela devia devolver as terras primeiro aos nativos… Hipócritas… deve quer implantar a Sharia na Austrália e tornar igual a coreia do norte.