Apesar dos números elevados registados em Portugal, futuro do modelo está ainda em aberto, face à preferência dos patrões em ter os funcionários a trabalhar em ambiente de escritório.
De acordo com dados revelados pelo Eurostat, Portugal, através da Área metropolitana de Lisboa, figuram na lista das regiões da Europa que mais trabalhadores colocaram em teletrabalho durante os meses mais severos da pandemia da covid-19 — uma das medidas mais adotadas pelos Governos no sentido de prevenir as novas infeções.
De acordo com o organismo, este modelo atingiu, em 2020, os 12%, ou seja, 12% da população empregada na União Europeia exercia funções a partir de casa e com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos, um número que representa uma subida destacada face aos 5% a 6% registados em 2019. Ainda assim, quando se analisa o caso português os números sobem para quase o dobro da média europeia: 23%.
Para além de Portugal, outros países superaram este valor, como foi o caso da Finlândia, com 37% dos profissionais de Helsínquia a trabalhar remotamente com regularidade, e da Bélgica, com duas regiões, a província de Brabant Wallon e a capital Bruxelas, respetivamente, a alcançarem 27% e 26%.
A dúvida que surge atualmente é até que ponto o modelo poderá ser uma aposta a longo prazo, com a situação sanitária a melhorar consideravelmente em vários países ocidentais graças, por exemplo, às crescentes e elevadas taxas de vacinação. Nos Estados Unidos da América, no início do verão, o regresso aos escritórios foi incentivado pela Administração Biden, apesar de empresas de renome oferecerem aos colaboradores a possibilidade de exercerem as suas funções remotamente.
Em Portugal, do ponto de vista jurídico, o tema está atualmente a ser discutido em âmbito de concertação social, com o Governo a querer regulamentar o modelo no Código de Trabalho.