Rede criminosa usava tecnologia avançada para desbloquear carros e vendê-los às peças

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António Cotrim / Lusa

Os criminosos usavam tecnologias sofisticadas que desbloqueavam os carros e até conseguiam replicar as chaves. Os veículos eram depois furtados e desmantelá-los para servem vendidos às peças.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) desmantelou uma rede criminosa especializada no furto e desmantelamento de veículos, composta por 21 pessoas, com operação em todo o território nacional.

A investigação, denominada “Black Out”, resultou na apreensão de dois dispositivos avançados utilizados para desbloquear viaturas. Um dos aparelhos, que chamou a atenção dos investigadores por usar tecnologia sem fio, era capaz de ligar-se à centralina dos carros, desativar alarmes e até criar chaves fraudulentas. O outro, mais convencional, necessitava de ligação direta ao sistema eletrónico dos veículos.

Além dos equipamentos, a PSP recuperou 26 automóveis, diversas peças de veículos e uma soma de 54 mil euros. Também foram apreendidos localizadores GPS usados pelos criminosos para monitorizar os carros que pretendiam roubar, explica o JN.

A rede, que atuava principalmente no roubo de automóveis de gama média, visava o desmantelamento dos veículos para venda das peças no mercado paralelo. Segundo as autoridades, os suspeitos tinham um esquema bem organizado de furto, e os três detidos já eram conhecidos por crimes semelhantes. Durante a operação, foram efetuadas 40 buscas em várias localidades, incluindo Porto, Lisboa, Braga e Coimbra, em oficinas e estabelecimentos comerciais ligados ao setor automóvel.

A investigação, que decorre há mais de um ano e meio sob coordenação do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto, revelou que os suspeitos também adquiriram veículos danificados (salvados) para reconstruí-los com peças furtadas ou alterar a identificação e vendê-los como novos.

Os três indivíduos detidos serão presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para o primeiro interrogatório. As autoridades acreditam que a operação pode abrir portas para mais detenções e desmantelamento completo da rede.

ZAP //

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