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Arqueólogos começam a recuperar corpos perdidos da Guerra Civil Espanhola

(dr) Gema Ortiz Iglesias

Uma equipa de arqueólogos e antropólogos forenses começou a recuperar corpos das vítimas executadas pelo regime de Franco no final da Guerra Civil Espanhola.

Os investigadores da Universidade de Cranfield, no Reino Unido, e da Universidade Complutense de Madrid, em Espanha, estão a fazer escavações na região de Cidade Real, no centro do país.

O objetivo é procurar, exumar e identificar os executados e sepultados no cemitério civil de Almagro, entre 1939 e 1940, escreve o HeritageDaily.

Já foram recuperados vários corpos e, no total, a equipa está à procura de 26 pessoas nesta escavação que está focada numa área separada do cemitério, fechada há décadas. As famílias de várias vítimas foram contactadas na esperança de identificar os corpos, devolver os restos mortais e, assim, dar-lhes um enterro digno.

Desde 2000, foram recuperados os corpos de mais de 7 mil vítimas da Guerra Civil Espanhola.

“Esta escavação é particularmente complexa devido ao número de vítimas e enterros subsequentes no cemitério durante o período de pós-guerra. A recuperação dos corpos é realizada camada por camada e é apenas o início do processo de identificação e dignidade do falecido e ajuda a dar paz às suas famílias”, diz o líder da equipa de escavações, Nicholas Márquez-Grant.

José Barrios, cujo tio-avô foi executado e sepultado no local, disse que inicialmente não tinha grandes esperanças, mas quando viu que encontraram o primeiro corpo, pensou: “Estamos aqui agora, estamos a caminho de te encontrar”.

“Originalmente, tínhamos quatro famílias identificadas para esta escavação e, em dez dias, temos 21 famílias e 21 histórias. Encontramos corpos de um lado, e histórias do outro, que mais tarde se conectam”, disse, por sua vez, Jorge Moreno, diretor do projeto Mapas da Memória, da Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED).

Daniel Costa, ZAP //

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